O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, exibiu no horário eleitoral desta quinta-feira (21) imagens de uma caminhada realizada por ele no Rio de Janeiro nesta quarta (20), em que foi atingido por um objeto não identificado em meio a um tumulto envolvendo militantes tucanos e petistas, apoiadores da presidenciável Dilma Rousseff (PT).

"É inaceitável o que aconteceu nesta quarta-feira no Rio de Janeiro. Serra estava andando no calçadão de Campo Grande, uma caminhada pacífica", disse o narrador do programa, dizendo que o presidenciável, "agredido, deixou o local". Foi exibida apenas uma imagem do ex-governador de São Paulo com as mãos na cabeça, sem que fosse identificado o objeto que o atingiu. Também foram citados "militantes da Dilma" que queriam "interromper a caminhada".

"O pior, o mais grave, é a repetição de um comportamento que não cabe na democracia", prosseguiu a narração, antes de serem exibidas imagens de um episódio em que o ex-governador de São Paulo Mario Covas (PSDB) foi agredido por manifestantes durante uma caminhada, em 2000. "Essa é a democracia que você quer para o Brasil?".

Ainda ontem, internautas iniciaram no Twitter uma corrente com a palavra-chave "bolinha de papel", em alusão ao objeto que teria sido lançado contra o presidenciável. Outros o compararam ao goleiro chileno Rojas, que em 1989 simulou ter sido atingido por um rojão para interromper uma partida entre sua seleção e a brasileira. Ele foi banido do futebol após o episódio.

A peça se alongou além dos tradicionais 10 minutos de duração por conta de um direito de resposta concedido pela Justiça Eleitoral ao candidato tucano. Nele, a campanha de Serra negou que ele tivesse privatizado a CSN (Companhia Siderurgica Nacional), como fora afirmado pela propaganda rival.

"É mentira. Eles falam que foi o Serra, mas não foi. Ele não teve nada a ver com isso. A CSN foi privatizada no governo do presidente Itamar Franco", afirmou a narradora. "Se falasse a verdade, a campanha da Dilma não seria punida pela justiça e deixaria de passar esse carão".

Em seu programa, a ex-ministra da Casa Civil recorreu a um narrador para falar sobre o risco de privatizações. "O risco de Serra privatizar o pré-sal e o medo de ele interromper os programas do governo Lula está muito presente no dia a dia dos brasileiros", afirmou.

A candidata do PT ainda voltou a exibir imagens de seu discurso durante um ato com artistas e intelectuais realizado no Rio de Janeiro na segunda-feira (18). Chico Buarque, Alcione, Ziraldo, Osmar Prado e Fernando Morais foram algumas das personalidades que tiveram seus depoimentos veiculados.

"Eu venho aqui reiterar meu apoio entusiasmado a Dilma. Essa mulher que não tem medo de nada", disse Chico. "Conheço o Serra há 30 anos, e sei o mal que ele pode causar a esse país", afirmou o escritor Fernando de Morais.

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