21/10/2010 - 19h08

Lula é "chefe de facção", diz presidente do PSDB

Daniel Milazzo
Do UOL Eleições
No Rio de Janeiro

O senador Sérgio Guerra (PE), presidente nacional do PSDB, criticou na tarde desta quinta-feira (21) as declarações do presidente Lula a respeito do incidente envolvendo o candidato tucano ao Palácio do Planalto, José Serra, no Rio de Janeiro, na quarta-feira (20). "Lula é chefe de facção, não é chefe do país", disse.

"Ninguém, por mais iluminado que seja, ou que pense que é, não pode afetar os paradigmas da democracia. É o que vemos todo dia, só um cego não vê", afirmou o tucano.

O dirigente afirmou ainda que seu partido vai interpelar judicialmente o PT por conta do incidente. "O Lula não está acima do bem e do mal. Lula não pode pensar que manda em todo mundo", criticou ele, que acusou o PT de "radicalizar" a campanha eleitoral.

Serra participou de uma caminhada no Rio de Janeiro na quarta e, durante o trajeto, foi atingido por um objeto não identificado em meio a um tumulto envolvendo militantes tucanos e petistas, apoiadores da presidenciável Dilma Rousseff (PT).

Nesta quinta-feira, o presidente Lula comentou o incidente. "A mentira que foi produzida ontem pelo esquema publicitário do José Serra é uma coisa vergonhosa", disse Lula a jornalistas, após a inauguração do dique seco do Polo Naval de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.

Coordenador nacional da campanha de Serra à Presdiência, Guerra qualificou o episódio de quarta-feira como "o ato mais grave dessa campanha" e disse que isso "não é coisa de partido que está ganhando".   Procurada pela reportagem, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República disse que não iria comentar as críticas.

Também nesta quinta, bexigas d'água foram lançadas contra a presidenciável Dilma Rousseff (PT) durante uma caminhada em Curitiba, mas não chegaram a atingí-la. O tucano negou envolvimento de integrantes do partido e que, se for comprovada a participação de algum filiado, estes serão expulsos.

Quebra de sigilo
 

A respeito da conclusão do inquérito da Polícia Federal que investiga a quebra de sigilo de integrantes do PSDB - inclusive de Eduardo Jorge, vice-presidente da sigla - e familiares de José Serra, Guerra disse que a versão do delegado Alessandro Moretti difere do depoimento prestado pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr.

"A versão estabelece comentários completamente equivocados enquanto a investigação prova o contrário", afirmou. Segundo a PF, Amaury teria comprado o sigilo para apurar um suposto esquema de espionagem contra o ex-governador de Minas Gerais, Aécio Neves.

À polícia, o jornalista disse que iniciou uma investigação para "proteger" o então governador, que disputava com Serra a indicação do partido para disputar o Palácio do Planalto. Em nota, Aécio negou envolvimento no caso. "Tal prática jamais fez parte da minha história política em 25 anos de vida pública", disse.

"Não há indício de que o governo de Minas estivesse envolvido nisso", declarou Guerra, que teve acesso ao depoimento de Amaury por intermédio da advogada de Eduardo Jorge.

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