Uma caminhada do candidato tucano à Presidência, José Serra, no bairro de Campo Grande, no Rio de Janeiro, terminou em tumulto envolvendo centenas de pessoas. Militantes do PSDB e do PT entraram em confronto, e as pessoas próximas ao local do incidente chegaram a pensar que se tratava de um arrastão.
Dentro de uma farmácia, Serra disse: "Isso já houve várias vezes em São Paulo, como se fosse uma tropa de assalto. O PT tem tropa de choque, mas eu não sei se foi de propósito ou não", afirmou. "Lembra das tropas de assalto dos nazistas? Isso é típico de movimentos fascistas".
O tumulto aconteceu logo após a chegada do presidenciável ao calçadão de Campo Grande, aréa de comércio na zona oeste carioca. A maioria das lojas fechou as portas. Testemunhas disseram que o tucano foi xingado e agredido.
"Eu estava abraçando o Serra, aí ele levou uma 'bobinada' de fita crepe na cabeça. Eu levei uma paulada de um cabo de vassoura na cabeça", disse o pastor Paulo César Gomes, 54, da Igreja Assembleia de Deus do Poder e Glória. Após a confusão, Serra entrou em uma van e só prosseguiu a caminhada minutos depois de outro ponto do bairro.
Terceiro colocado
No primeiro turno, o candidato do PSDB obteve apenas o terceiro lugar na preferência do eleitorado fluminense, mesmo contando com o apoio de seu vice, Indio da Costa (DEM), deputado federal pelo Rio de Janeiro. Serra teve 22,5% dos votos válidos, contra 31,5% de Marina Silva (PV) e 43,7% da petista Dilma Rousseff.
Além disso, o tucano viu seus aliados sofrerem derrotas no Estado. Ex-prefeito, César Maia (DEM) não conseguiu se eleger para o Senado. Fernando Gabeira (PV), que participou da caminhada desta quarta, também perdeu na primeira rodada de votação para Sérgio Cabral (PMDB), reeleito governador com o apoio de Dilma e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.