15/10/2010 - 17h39

Em carta, ABGLT critica viés religiosos da campanha e pede que candidatos não "neguem o passado"

Do UOL Eleições
Em São Paulo

A ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais ) divulgou nesta sexta-feira (15) uma carta aberta aos presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) criticando o viés religioso que vem dominando o processo eleitoral e pedindo aos cantidatos que não neguem seu passado de "luta ao obscurantismo".

No texto, a associação pede respeito “à democracia, à cidadania de todos e de todas, à diversidade sexual, respeito à pluralidade cultural e religiosa” e que os candidatos “voltem a conduzir o debate para o campo das ideias e do confronto programático, sem ataques pessoais, sem alimentar intrigas e boatos”.

A carta foi divulgada poucas horas depois da presidenciável petista ter publicado uma outra carta na qual reafirma o compromisso de não legalizar o aborto e de não tomar “nenhuma iniciativa que afronte à família”.

“Nós da ABGLT sabemos que o núcleo das diferenças entre vocês (e entre PT e PSDB) não está na defesa dos direitos da população LGBT ou na visão de que o aborto é um problema de saúde pública”, diz o texto, que ainda destaca as realizações de ambos os candidatos, que no primeiro turno se declararam a favor da união civil entre casais homossexuais, para a população gay.

A carta destaca que Serra, como ministro da saúde, “implantou uma política progressista de combate à epidemia do HIV/Aids e normatizou o aborto legal no SUS”, além de citar as Coordenadorias da Diversidade Sexual e apoiou diversas iniciativas em favor da população LGBT criadas pelo tucano quando foi prefeito de São Paulo e governador do Estado.

Já com relação à candidata petista, o documento comenta a participação da ex-ministra na criação do programa Brasil sem Homofobia, e do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT.

A associação finaliza a carta pedindo que os candidatos “não neguem seu passado de luta contra o obscurantismo” e condenando a viés religioso da campanha.

“A ABGLT acredita na democracia, e num país onde caibam todos seus 190 milhões de habitantes e não apenas a parcela que quer impor suas ideias baseadas numa única visão de mundo. Vivemos num país da diversidade e da pluralidade”.
 

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