10/10/2010 - 23h49

Petistas comemoram e tucanos criticam estratégia de Dilma

Mauricio Stycer
Do UOL Eleições
Em São Paulo

A postura agressiva adotada por Dilma Rousseff no debate da Band provocou reações fortes de seus aliados e de seus adversários. Separados apenas por um corredor no auditório da emissora, petistas (do lado direito) e tucanos (do lado esquerdo) manifestaram-se várias vezes durante o encontro com risos, vaias e comentários.

Ao final do primeiro bloco, a senadora eleita Marta Suplicy (PT) levantou-se e disse: “Estou feliz agora. Gosto de ir pro pau sempre”. Do outro lado do corredor, o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), comentou: “Ela está muito agressiva. Nem estou conseguindo entender o que ela diz”.

Serra provocou risos do lado petista em diferentes ocasiões. A primeira reação ocorreu quando disse: “Em São Paulo, nos últimos anos não houve nenhuma rebelião (de presos)”. Dilma levou tucanos a rirem no final do terceiro bloco, quando afirmou: “Sou contra a contratação de parentes (no serviço público)”.

Candidato a vice na chapa de Dilma, Michel Temer (PMDB) parecia feliz com o tom adotado pela candidata petista. “É um antídoto. Ela não podia ficar agachada. Tivemos uma votação significativa, quase 47%, e parecia que tínhamos perdido a eleição”.

Mônica Serra, mulher do candidato tucano, citada por Dilma no debate, foi orientada por assessores a não comentar o assunto. “Os debate é entre os dois candidatos”, foi a frase que sua assessora tinha pronta para quem a procurasse.

“Dilma foi Dilma”

Os candidatos não elaboraram muito sobre a estratégia adotada pela petista durante o debate. Serra limitou-se a dizer: “Dilma foi Dilma”. Indagado por uma repórter sobre o sentido da frase, acrescentou: “Você sabe o que isso quer dizer”.

Já Dilma negou que tenha assumido uma nova postura no debate. “Não é uma nova estratégia. É debate de segundo turno. As pessoas podem explicar melhor as suas posições. As diferenças têm que ficar mais claras”.

Mais debates

O presidente do PT, José Eduardo Dutra, revelou que há mais cinco convites para debates entre Dilma e Serra antes das eleições, mas que a candidata dificilmente aceitará todos.

“Vamos no da Globo e em mais um com certeza”, disse Dutra. “Agora tem programa eleitoral todo dia. No primeiro turno era em dias alternados. E tem a campanha”, disse ele, que é um dos coordenadores da campanha petista.

Entre os aliados de Dilma, estavam presentes, além de Dutra, Temer e Marta, os coordenadores de campanha Marco Aurélio Garcia e Antonio Palocci e o candidato derrotado ao governo de São Paulo Celso Russomanno. Nenhum governador eleito pelo PT estava presente.

Os serristas, além de Goldman, eram o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o candidato a vice, Indio da Costa (DEM), os presidentes do PSDB, Sergio Guerra, e do DEM, Rodrigo Maia, o ex-senador Jorge Bornhausen, e o senador Heráclito Fortes (DEM).

O governador reeleito de Minas Gerais, Antonio Anastasia, e o senador eleito Aécio Neves, ambos do PSDB, não compareceram.

 

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