04/10/2010 - 14h24

Em Minas, Serra elogia Marina e espera "aproximação" com verdes no segundo turno

Rayder Bragon
Do UOL Eleições
Em Belo Horizonte

O presidenciável José Serra elogiou nesta segunda-feira (4) Marina Silva (PV), candidata derrotada ao Palácio do Planalto. "Ela contribuiu para diversificar as opções do povo brasileiro, contribuiu para que tivéssemos segundo turno e contribui, portanto, para a democracia. Ela merece respeito e a admiração da minha parte", afirmou o tucano, que considerou a questão ambiental como "prioritária" e não como um "apêndice". Em seguida, completou: "elementos para aproximação existem e eu espero que ela aconteça".

Ao lado do governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, e do senador eleito pelo PSDB paulista, Aloysio Nunes Ferreira, Serra compareceu ao velório do ex-deputado Aécio Cunha, morto neste domingo (3) em Belo Horizonte. A cerimônia foi no Salão Nobre da Assembleia Legislativa de Minas. Cunha é pai de Aécio Neves, ex-governador do Estado e que foi eleito senador pelo PSDB.

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O candidato do PSDB à Presidência aprovetiou para tentar demonstrar afinidade com o PV de Marina Silva e citou projetos de sua autoria na área ambiental para cacifar essa tese. "Eu tenho muita afinidade com o PV porque o PV sempre me apoiou na prefeitura e no governo de São Paulo", disse o tucano, que também citou Eduardo Jorge, secretário de Meio Ambiente durante sua gestão como prefeito da capital paulista.

"Ele foi indicado por mim à prefeitura e continuou uma bela gestão. Sem falar nas relações de amizade e proximidade com vários outros integrantes da legenda. Eu espero realmente uma aproximação", afirmou Serra."Nossa lei de mudanças climáticas foi considerada a mais avançada do hemisfério sul e o programa ambiental que implantamos em São Paulo é o mais avançado que o Brasil tem", disse.

Vice

Serra também foi questionado sobre uma possível mudança do candidato a vice na sua chapa, o deputado Indio da Costa (DEM). "Foi especulado. Eu tenho entendido que não há possibilidade legal para isso [a mudança]", disse o tucano. Do mesmo modo, o presidenciável foi indagado sobre a possibilidade de Aécio vir a ser seu vice. "Não ouvi essa especulação e é melhor muito em especulações", afirmou.

Sobre a tática eleitoral a ser adotada no segundo turno, o candidato do PSDB disse que irá intensificar as ações de campanha, e afirmou considerar Aécio Neves e Antonio Anastasia (PSDB), governador reeleito de Minas, como "peças-chave" para sua campanha no Estado e em nível nacional.

Já o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, buscou diferenciar o atual segundo turno contra aquele que disputou em 2006, quando enfrentou Lula pela Presidência da República e terminou com menos votos do que na primeira rodada de votação.

"'Primeiro, na outra eleição tinhamos o Lula, que é uma pessoa que tem um prestígio inegável. Agora ele não é candidato", afirmou o tucano. "Eu tive quase 42% dos votos no primeiro turno, mas não tive nenhum apoio no segundo", disse.

"Em segundo lugar, o presidente não é candidato em reeleição, que é quase um mandato de oito anos. É muito difícil alguém perder uma reeleição, só se ocorrer um acidente", disse, citando o exemplo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que também se reelegeu em 1998 contra Lula, ainda no primeiro turno.

"Agora nós temos uma terceira força que é o eleitorado da Marina, quase 20% dos votos. E é uma eleição onde eu diria que o Serra é favorito", prosseguiu Alckmin, que também fez um afago à candidata derrotada do PV. "Se depender de nós eu já estou até com a gravata verde aqui", disse.

Alberto Goldman, governador de São Paulo e sucessor de Serra no cargo, também compareceu ao velório de Cunha mais cedo nesta segunda-feira, mas não encontrou com o candidato do PSDB ao Planalto no local. Ele falou sobre a disputa em segundo turno contra a candidata governista Dilma Rousseff (PT).

"Ela não tem mais como se esconder. Não tem como ela não aparecer. Agora ela vai ter que ser ela mesma, não vai ter mais a figura paternalista do pai, da mãe que o Lula virou nesse período", disse Goldman.

 

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