04/10/2010 - 20h23

Aliados de Dilma falam em "copiar" receita de Marina para atrair eleitor

Rodrigo Bertolotto
Do UOL Eleições
Em Brasília

Aliados de Dilma opinam sobre resultado do primeiro turno das eleições

Todos falam em “recado das urnas”. E, se existe isso, o recado foi dado por Marina Silva (PV) e sua votação expressiva que tirou a vitória de Dilma Rousseff (PT) no primeiro turno. Essa foi a análise geral que governadores, senadores e deputados da base aliada do governo passaram para a presidenciável em reunião em Brasília nesta segunda-feira (4).

“O eleitor mostrou que quer a continuidade que a Dilma representa com a mudança que a Marina apresentou. Isso tem que ser mostrado por Dilma agora. Foi a mesma coisa com Lula em 2002, quando ele representou a continuidade do Real com a mudança do PT no poder”, analisou o senador eleito pelo Distrito Federal, Cristovam Buarque (PDT).

Já o governador reeleito da Bahia, Jaques Wagner, falou em reforçar a “bandeira ecológica”. “Houve uma paixão por essa nova figura na política nacional que defende o meio-ambiente, tema que não é exclusividade da Marina. Está nos planos da Dilma, e ela tem que mostrar”, opinou.

Para Wagner, não houve erro na campanha petista. “A Dilma emplacou, mostrou personalidade. O erro foi a criação da expectativa que a vitória viria no primeiro turno. Deus e o povo são sábios: tem que dar um pouco mais de trabalho para ganhar”, disse.

Por seu lado, o senador paulista Eduardo Suplicy disse que Dilma tem que falar em “pensamento estratégico de longo prazo” como Marina fez em sua campanha e se dispôs a servir de interlocutor para Marina apoiar a petista. “Eu e a Marina nos comunicamos até por telepatia. Ela esteve 30 anos no PT. Tem afinidade com a gente”, disse o senador.

Sérgio Cabral, governador que se reelegeu no Rio, acredita que o eleitor quer uma mulher no Planalto. “Mais de 60% dos eleitores votaram em uma mulher para a Presidência. Eles querem uma mulher lá.”

Já Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, falou em mobilização para vencer. “Temos de transformar a vitória parlamentar e nos Estados em uma vitória da Dilma. Já temos maioria no Congresso e entre os governadores”, disse.

O governador reeleito em Pernambuco, Eduardo Campos, afirmou que faltou responder rápido quando surgiram, nos meios religiosos, os boatos sobre Dilma ser a favor do aborto. “A estratégia inicial foi não responder. Foi um erro. Temos agora de afinar a orquestra para o segundo turno.”

Marcelo Crivella, senador eleito pelo Rio, comentou que até ele, que é bispo licenciado da igreja evangélica Universal do Reino de Deus, perdeu votos com a boataria dos últimos dias. “Por estar em fotos com Dilma, eu também perdi votos. É muito mais fácil perder que ganhar votos nos meios evangélicos. É só um pastor falar que tal candidato é satanista que já era.”

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