30/09/2010 - 23h37

Em debate, Dilma defende PT, nega caixa dois e ouve risadas e aplausos

Diego Salmen e Rosanne D'Agostino
Do UOL Eleições

A candidata Dilma Rousseff (PT) reagiu nesta quinta-feira (30) a comentário do adversário Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) sobre contas de campanha, durante o segundo bloco do debate transmitido pela TV Globo.

"O PSOL coloca os que financiam sua campanha no seu site, não vejo isso no de vocês", disse Plínio, após ter questionado a petista sobre por que a propaganda à Presidência veiculada pelo PT não pede votos a deputados e senadores da sigla. “Vocês têm vergonha dos seus deputados?”, perguntou. “Eu falo no PSOL todo dia.”

“Nós registramos todas as doações oficiais da campanha no Tribunal Superior Eleitoral. E eu quero deixar claro que todas as doações são oficiais”, afirmou Dilma, provocando risadas na plateia. A petista logo rebateu: “São os risos de quem tem outras práticas”, disse, provocando aplausos.

À pergunta sobre o PT, Dilma respondeu: “Eu vou aproveitar e falar do meu partido. Eu sou do Partido dos Trabalhadores. O Brasil é um país diverso não acredito que um partido sozinho governe o Brasil. Por isso eu defendo no meu governo a construção de uma coligação que defenda essa multiplicidade. Isso deve ser a sustentação do governo.”

Plínio, por sua vez, aproveitou seu tempo para fazer propaganda dos candidatos de seu partido, provocando burburinho na plateia.

Infraestrutura
No início do bloco, Dilma questionou Marina sobre seu plano para ferrovias e hidrovias e ouviu uma crítica ao governo Lula. “É lamentável que um país como o nosso não tenha um plano de infraestrutura”, disse a pevista. Segundo Marina, hoje há apenas um “programa de gestão”. “Nós vamos manter o sistema de gestão, mas vamos ter um plano. Estamos atrasados pela falta de um plano”, afirmou.

“Desculpe Marina, mas tem um plano de logística e é por causa dele que sabemos que é necessário fazer integração entre ferrovia, hidrovia e rodovia”, respondeu Dilma. “Plano de logística é só uma parte. É uma visão fragmentada. Nós tratamos a eleição para presidente como eleição para prefeitura. Não é assim”, rebateu Marina.

José Serra (PSDB) afirmou que vai criar uma guarda civil para tratar os problemas das queimadas. “Em São Luiz do Paraitinga [cidade paulista destruída por enchentes], nós já entregamos tudo que tinha que ser reconstruído. Contrariamente ao que fez a esfera federal. São ações lentas, com poucos recursos”, atacou.

“Recursos federais são poucos, não são gastos em sua totalidade, são mal distribuídos. Isso é o que tem acontecido nas áreas das calamidades”, disse o ex-governador paulista, que aproveitou para afirmar que trará mais metrô para cidades do Nordeste em parceria com os governos estaduais.

“É preciso falar também nos outros tipos de transporte para ter de fato um sistema que não sirva a indústria automobilística, que é caro, poluente e perigoso. Eu concordo que tem que fazer metrô, mas não pode fazer só metrô, tem que fazer ferrovia e hidrovia e isso eu não vejo uma pré-disposição forte nem da sua parte nem da de ninguém”, disse Plínio.

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