24/09/2010 - 23h36

Dilma diz que governo comprou "de volta" parte privatizada da Petrobras

Especial para o UOL Notícias
Em Porto Alegre

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, saudou nesta sexta-feira (24) a operação de capitalização que rendeu US$ 70 bilhões à Petrobras. Em comício realizado no centro de Porto Alegre na noite de hoje, Dilma discursou para milhares de pessoas (a organização estima um público de 35 mil pessoas) e tentou traduzir para o público a importância da venda de ações na bolsa de valores.

Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que veio ao Estado para inaugurar uma fábrica de plástico feito a partir do etanol, em Triunfo, a petista disse que a operação da estatal de petróleo recuperou a participação do governo no controle acionário da empresa.

Depois da quebra do monopólio do petróleo no Brasil, em 1997, o governo vendeu ações da Petrobras e ficou com 40% do controle da estatal, uma operação que rendeu cerca de US$ 7 bilhões em valores da época. Hoje, após o processo de capitalização, a participação do governo na empresa subiu para 48%.

“Aquilo que eles venderam”, disse se referindo à gestão de Fernando Henrique Cardoso na Presidência, “nós compramos de volta para o povo brasileiro”. Dilma criticou a tentativa de troca de nome da Petrobras em 2000, ainda sob o governo de Fernando Henrique. A empresa chegou a anunciar a substituição do “s” pelo “x”, rebatizando a estatal para Petrobrax, como forma de tornar a companhia mais aceita no mercado internacional. Por pressão popular e de políticos, a ideia foi abortada.

No comício, Dilma voltou ao episódio. “No passado, falavam assim: se a gente não mudar o nome da Petrobras, a gente não consegue dinheiro lá fora. Então, a gente tem que tirar da Petrobras aquilo que tem de mais brasileiro. E o que é mais brasileiro no nome da Petrobras? É o ‘bras’. É com honra de ser ‘bras’ de Brasil. Mas eles pensaram assim: mas os gringos não vão gostar de ‘bras’”, disse Dilma. “Só não mudou pra x porque vocês não deixaram. Porque houve uma comoção no país”, acrescentou.

Dilma discursou por cerca de 20 minutos. Além de pedir votos para os candidatos a senador do partido, a ex-ministra também incentivou o público a acreditar na vitória no primeiro turno de Tarso Genro, que concorre ao governo estadual pelo PT. “Nós vamos dar a Tarso a vitória no primeiro turno”, disse. As últimas pesquisas mostram possibilidade de vitória do PT já em 3 de outubro no Estado.

A candidata também criticou a proposta do adversário, José Serra (PSDB), de elevar o salário mínimo para R$ 600 no ano que vem. Dilma disse que, por anos, o governo anterior ficou atrelado ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e que o aumento do salário básico dependia do aval do banco. “Entregaram esse país para o Fundo Monetário Internacional para decidir se tinha ou não aumento para o salário mínimo. E o fundo disse pra eles: não tem. Não tem e eles acataram”, criticou Dilma. No governo Lula, frisou a candidata, o FMI passou a ser devedor do Brasil, que, além de ter quitado as dívidas com o fundo, emprestou dinheiro para o organismo. “Agora, eles vêm dizer perto da eleição que eles vão dar aumento do salário mínimo. Nós não somos bobos. Nós sabemos que quem fala é diferente de quem faz. Olha o que eles fizeram e daí vamos entender a diferença”, completou a candidata.

 

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