22/09/2010 - 16h39

Mesmo com apoio de Lula a Hélio Costa em MG, candidato adversário cresce

Rayder Bragon
Especial para o UOL Eleições
Em Belo Horizonte

A participação mais intensa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha de Hélio Costa (PMDB) ao governo de Minas Gerais, com a presença em comícios e declarações de apoio na propaganda eleitoral, ainda não surtiu efeito na campanha do ex-ministro, avaliam especialistas ouvidos pela reportagem do UOL Eleições.

Lula esteve em comícios realizados em Betim, região metropolitana de Belo Horizonte, no dia 8, e em Juiz de Fora, Zona da Mata, no dia 17 deste mês.  A estratégia de colar o nome de Costa ao de Lula, e mostrá-lo como candidato da base aliada do governo federal, foi definida após o início da campanha eleitoral no rádio e na TV.

Nesse período, o principal adversário do ex-ministro das Comunicações, o atual governador e candidato do PSDB, Antonio Anastasia, suplantou o oponente, depois de iniciar a corrida eleitoral de forma tímida nas sondagens de intenção de voto.

Pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira (21) aponta o tucano, que é apoiado pelo ex-governador Aécio Neves, com 8 pontos percentuais a mais que o peemedebista. Anastasia tem 42%, contra 34% de Costa.

“A campanha do Hélio Costa vem tentando colocar para o eleitor uma oposição entre Lula e Aécio Neves. O problema é que o eleitor mineiro gosta de Lula e Aécio. O eleitor não quer escolher entre Lula e Aécio, ele quer ficar com os dois", avaliou o cientista político Malco Camargos, professor da PUC-MG (Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais).

"E, nesse momento nada o impede de votar na candidata do Lula à Presidência, a ex-ministra Dilma (Rousseff) e no candidato de Aécio Neves ao governo, o Anastasia, consolidando o fenômeno Dilmasia”, disse o especialista.

Para Camargos, a tendência observada nesse momento, sob análise das pesquisas eleitorais, é a preferência do eleitor  “por continuidade de projeto, tanto estadual quanto federal, que ele experimentou e gostou”.

Já Magna Inácio, cientista política e professora da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), considera que o “efeito Lula” é importante, mas esbarra, no momento, na percepção do eleitor mineiro para avaliar positivamente a gestão tucana.

“É uma avaliação muito positiva que os eleitores fazem da administração (tucana). A presença do Lula é importante, mas é preciso destacar que esse resultado reflete o caráter competitivo da outra candidatura que, embora em um primeiro momento tenha apresentado um resultado tímido, revelou-se sustentável e competitiva", disse Magna.

Segundo a analista, além do apoio de Aécio Neves, que deixou o governo em março deste ano, com alto índice de popularidade, para disputar uma cadeira no Senado, as alianças em torno do nome de Anastasia, que conta com um arco elástico de prefeitos mineiros a apoiá-lo, também surtiram efeito.
 

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