José Serra (esq.) e Geraldo Alckmin (PSDB), candidato ao governo paulista, visitam o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo
O candidato à presidência da República pelo PSDB, José Serra, criticou neste domingo (05) sua adversária na disputa, a candidata petista Dilma Rousseff, por “ficar na sombra” do presidente Lula.
"Acho importante que quem quer ser presidente da República se mostre [...] e não pedir ao presidente, ao chefe da campanha, que a defenda”, afirmou o tucano. Serra concedeu uma coletiva à imprensa após visitar o Museu da Língua Portuguesa, na capital paulista, ao lado de Geraldo de Geraldo Alckmin, candidato do PSDB ao governo de São Paulo.
O presidenciável se esquivou de comentar as críticas feitas ontem (04) por Lula a sua candidatura, durante um comício realizado em Guarulhos (SP). “Eu não vou ficar batendo boca com o Lula”, disse Serra.
Na ocasião, Lula disse que a campanha de Serra está “baixando o nível” ao utilizar um “programa rasteiro” no horário eleitoral gratuito obrigatório. "Nossa campanha está tranquila. Do outro lado, nós temos um adversário que o bicho está em uma raiva só”, afirmou o presidente.
A fala do presidente aconteceu um dia depois do candidato do PSDB usar o seu horário eleitoral gratuito para atribuir à campanha da ex-ministra da casa civil a quebra do sigilo do Imposto de Renda de Verônica Serra, filha do tucano.
Quebra de sigilo de Eduardo Jorge | Reportagem publicada pela Folha de S.Paulo em 19 de junho apontou que cópias de declarações do imposto de renda do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, teriam sido obtidas por pessoas que faziam parte de uma "central de inteligência" que funcionava no comitê da candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff. O sigilo de Eduardo Jorge foi quebrado pelo menos 22 vezes, sendo que em 10 delas a quebra foi realizada pelo servidor Gilberto Souza Amarante, filiado ao PT. |
Funcionárias da Receita são investigadas | Um relatório de sindicância interna da Corregedoria da Receita apura uma possível quebra do sigilo fiscal de Eduardo Jorge. Duas funcionárias são investigadas: a analista tributária Antônia Aparecida Neves Silva e a servidora do Serpro Adeildda Ferreira Leão dos Santos. |
Quebra de sigilo de outras pessoas ligadas a Serra | Além de Eduardo Jorge, foram acessados os dados de outras três pessoas ligadas a José Serra: O ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros, o ex-diretor da Previ Ricardo Sérgio e o primo do candidato tucano Gregorio Marin Preciato. Os dados foram acessados da sede dos terminais da delegacia da Receita Federal de Mauá, SP. |
Sistema de compra e venda de dados sigilosos | Após notícia de que mais de cem pessoas tiveram seus dados acessados na sede de Mauá (entre eles, a apresentadora Ana Maria Braga e integrantes da família Klein), o corregedor-geral da Receita Federal, Antonio Carlos Costa D'Ávila admite que há fortes indícios de um sistema de compra e venda de informações sobre declaração de Imposto de Renda. |
Acesso a dados fiscais da filha de José Serra | Em 31 de agosto, a Corregedoria da Receita Federal disse que econtrou indícios de que o esquema montado para acessar dados fiscais sigilosos teria consultado as declarações de renda de 2008 e 2009 de Verônica Serra, filha de José Serra. |
Contador é quem pede acessos de IR da filha de Serra | A consulta foi solicitada pelo contador Antonio Carlos Apella Ferreira por meio de uma declaração supostamente assinada pela filha de Serra. Com a falsa procuração, Ferreira teve acesso às declarações de imposto de renda de Verônica de 2008 e 2009. |
Procuração de filha de José Serra é falsa | O cartório que teria reconhecido a assinatura de Verônica Serra admitiu que o carimbo que aparece no documento é falso. Na ocasião, o procurador afirmou que apenas prestou um serviço terceirizado e não sabe quem fez a encomenda. |
PT e PSDB apresentam ações no TSE | Por conta do fato, o PSDB protocolou uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedindo a investigação de um possível crime eleitoral, o que poderia causar, em última instância, a perda do mandato da petista caso ela fosse eleita. Já o PT entrou com ações que pedem que os tucanos sejam processaods por crime contra a honra (calúnia, injúria e difamação). |
Falso procurador era filiado ao PT entre 2003 e 2009 | TRE de São Paulo confirma que o falso procurador de Veronica Serra, Antonio Carlos Atella Ferreira, foi filiado ao PT entre 2003 e 2009. No entanto, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, afirmou que a filiação foi apresentada ao partido, mas não chegou a ser efetivada por um erro de grafia. |
Assaltantes invadem comitê petista em Mauá | Na manhã do dia 1º de setembro, um grupo de pelo menos seis homens invadiu e assaltou um comitê político de Mauá. O grupo levou apenas um celular de um político, duas armas e um rádio transmissor de dois guardas municipais que estavam no local na hora do roubo. A campanha de José Serra (PSDB) à Presidência acusou o PT de ter simulado o assalto ao comitê para "queimar arquivo". |