Alckmin se alinha a Serra na TV e ataca Dilma por "armação" em quebra de sigilo

O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, usou seu espaço no horário eleitoral da noite desta sexta-feira (3) para amplificar os ataques da campanha de seu colega de partido, José Serra, contra Dilma Rousseff (PT), rival dele na disputa à Presidência da República, por conta da quebra de sigilo da filha de Serra e de pessoas ligadas ao presidenciável.

"É importante que o eleitor de São Paulo fique atento ao que está acontecendo nestas eleições", afirmou Alckmin. "Em 2006, é importante lembrar, nossos adversários tentaram fazer uma armação contra minha campanha e a campanha do Serra. Violaram até o imposto de renda da filha do Serra (...) São Paulo e o Brasil não merecem isso", criticou.

Uma servidora da Receita Federal acessou, em setembro de 2009, a declaração de renda de Verônica Serra, filha do ex-governador de São Paulo, com uma procuração falsa em nome de Verônica. Outras pessoas ligadas ao PSDB também tiveram seu sigilo fiscal quebrado, como Eduardo Jorge, Luiz Carlos Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio de Oliveira e Gregório Marin Preciado.

Os tucanos acusam a campanha de Dilma de ter se envolvido na quebra de sigilo com o objetivo de obter informações para um dossiê que pudesse incriminar o candidato tucano.A petista nega, e prometeu processar o rival por conta das acusações, tidas por ela como "levianas".

Na noite desta sexta-feira, porém, o Jornal Nacional revelou que Antonio Carlos Atella Ferreira, o contador que utilizou a procuração falsa para abrir o sigilo de Verônica, foi filiado ao PT entre 2003 e 2009. Anteriormente, Atella havia dito que não era filiado a nenhum partido e que, inclusive, gostava de José Serra.

Em sua propaganda obrigatória, o candidato do PT ao Palácio dos Bandeirantes, Aloizio Mercadante, ignorou o episódio. A peça mostrou obras que contaram com recursos conquistados pelo petista no Senado e exibiu obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) no Estado. Segundo o Ibope, Alckmin lidera a disputa paulista com 51% das intenções de voto, contra 20% de Mercadante. Celso Russomanno, do PP, tem 7%.

UOL Celular