02/09/2010 - 13h55

Na TV, Serra acusa campanha de Dilma de "armação" por quebra de sigilo

Diego Salmen
Do UOL Eleições
Em São Paulo

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, criticou mais uma vez a campanha de sua adversária, a petista Dilma Rousseff, pela quebra de sigilo de pessoas ligadas ao PSDB e de sua filha, Verônica Serra.

Horário eleitoral da tarde de quinta (2)

Desta vez, porém, os ataques aparecerem no horário eleitoral obrigatório do presidenciável, veiculado na tarde desta quinta-feira (2). "Mais uma vez, adversários de José Serra tentam fazer uma armação para prejudicá-lo", afirmou um locutor em peça exibida logo na sequência da propaganda do tucano.

Uma servidora da Receita Federal acessou, em setembro de 2009, a declaração de renda da filha de Serra com uma procuração falsa em nome de Verônica. Outras pessoas ligadas ao PSDB tiveram seu sigilo fiscal quebrado, como Eduardo Jorge, Luiz Carlos Mendonça de Barros, Ricardo Sérgio de Oliveira e Gregório Marin Preciado.

Para Serra, os sigilos foram quebrados pela campanha de Dilma na tentativa de obter informações para um dossiê que pudesse incriminar o candidato tucano. A campanha da petista nega, e a própria ex-ministra da Casa Civil prometeu processar o rival por conta das acusações, tidas por ela como "levianas".

"É como se alguem usasse sua senha de banco, vasculhasse a sua conta, invadisse sua casa, revirasse suas gavetas. Só para te prejudicar", afirmou a locução da peça, que em seguida exibiu recortes de jornais corroborando as críticas.

A peça, que não associou diretamente Serra às críticas, citou o episódio da quebra de sigilo do caseiro Francenildo Santos Costa. Em 2006, Francenildo afirmou ter visto o então ministro da Fazenda Antonio Palocci em reuniões com lobistas e prostitutas na mansão onde trabalhava, em Brasília. Pouco tempo depois, o sigilo bancário do caseiro foi quebrado. O episódio resultou na saída de Palocci do cargo.

A propaganda de Serra também veiculou o depoimento de populares criticando o vazamento dos dados sigilosos. "É absurdo que isso esteja acontecendo em um país que se diz democrático", afirmou um deles.

Em sua peça, a candidata do PT ignorou as quebras de sigilo e exibiu novamente imagens de obras do PAC e o depoimento de um trabalhador beneficiado pelo crescimento econômico dos últimos anos. "O saco de cimento era R$ 25, com o presidente Lula eu cheguei a pagar R$ 9", afirmou o entrevistado.

Marina Silva, do PV, voltou a criticar o que chamou de "chantagem emocional" promovida pela campanha dos candidatos que lideram as pesquisas. Segundo o último levantamento do Datafolha, Dilma tem 49% das intenções de voto, ante 29% de Serra e 9% da candidata verde.

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