Ao lado do presidente do PT, José Eduardo Dutra, Dilma sinaliza para atrair atuais rivais
Líder nas pesquisas de intenção de voto, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, indicou neste sábado (28) que, se for eleita em outubro, tentará atrair oposicionistas hoje ligados às candidaturas de José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) ao Palácio do Planalto. Ela também criticou a rival Marina por pedir que a disputa não seja definida já no primeiro turno, cenário apontado por todas as principais pesquisas.
“[Quando acabarem as eleições] se desarma o palanque e se estende a mão para quem quiser participar [do governo]", afirmou Dilma em entrevista coletiva em seu escritório de campanha, sem se referir especificamente a quais adversários gostaria de ver em um governo comandado por ela.
A candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu também que distribuirá recursos sem se preocupar com os partidos aos quais são filiados prefeitos e governadores.
A declaração surge em uma semana na qual aliados de Serra no PTB, conforme noticiou o jornal Folha de S.Paulo, já sinalizam interesse em participar de um eventual governo Dilma. O PP, que não deu apoio oficial a nenhuma candidatura presidencial, também se aproximou da campanha da petista.
Sobre a ex-colega de ministério Marina, que mais cedo pediu aos brasileiros que levem a disputa para o segundo turno, Dilma foi crítica. Viu uma “avaliação precipitada” da ex-ministra do Meio Ambiente, que deixou o PT para ser candidata à Presidência pelo PV. “O fortalecimento da democracia se dá seja em primeiro turno ou em segundo turno”, rebateu.
Receita
A candidata do PT disse também que é necessário maior controle na Receita Federal, onde foram violados sigilos de imposto de renda de pessoas ligadas ao PSDB e a Serra. Dados extraídos dali acabaram em um dossiê de um grupo que negociou com a pré-campanha da ex-ministra.
“Acho que em qualquer esfera pode haver corrupção. Temos que apostar no fortalecimento das instituições. Maior controle na Receita, e não deixar vazar [informações sigilosas]”, disse.
A petista destacou que o convite à imprensa não tinha intuito de discutir novamente o vazamento de dados de membros do PSDB. Os tucanos acusam a campanha petista de ordenar a quebra de sigilo para prejudicar Serra.
Na ordem do dia da candidata, estava o tema “cuidado e desenvolvimento das crianças e adolescentes”. Segundo Dilma, na segunda etapa do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) estão incluídos R$ 7,6 bilhões para construção de 6 mil creches em quatro anos - 1.500 delas por ano.