26/08/2010 - 14h45

Serra chama Dilma de "duas caras" e diz que ela não poderá governar na ''garupa'' de Lula

Andréia Martins
Do UOL Eleições
Em São Paulo
  • Serra em evento com empresários em São Paulo

    Serra em evento com empresários em São Paulo

O candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, elevou o tom das críticas a sua adversária Dilma Rousseff (PT), ao criticar o fato de que, se eleita, a petista poderia governar sob o comando do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o tucano, "isso não pode acontecer".

"Candidato não pode ter duas caras. Não se terceiriza comandos. É imaginativo pensar que o Brasil pode ser governado pelo Lula fora do governo. Isso não existe. Não se governa da garupa", afirmou Serra, sem citar o nome de Dilma, ao destacar que os eleitores precisam ficar atentos e saber diferenciar o presidente da candidata apoiada por ele.

O tucano também falou sobre a quebra do sigilio fiscal e bancário de quatro pessoas ligadas ao partido. "Quebra do sigilo é um crime com finalidade eleitoral. As informações foram recolhidas no comitê do PT. É uma coisa grave, o peso do Estado entrando na vida privada", criticou.

Segundo o ex-governador de São Paulo, a quebra foi feita "para ajudar a candidatura de Dilma e ela deve explicações à população". "Não é a primeira vez que eu sofro baixarias, vocês se lembram do dossiê dos aloprados comandado pelo atual candidato ao governo de São Paulo [Aloizio Mercadante, do PT]. É a modalidade deles", afirmou.

Encontro com empresários

Serra participou nesta quinta-feira (26), em São Paulo, de um encontro com diversos representantes da indústria de máquinas e equipamentos. O tucano criticou o aumento das importações no Brasil, o que, segundo ele, "enfraquece a indústria local", e disse que no atual governo federal "não tivemos uma política comercial estruturada".

"O esquema é insustentável", disse o presidenciável ao comentar a dificuldade e o alto custo de exportação para as indústrias nacionais. "Houve uma queda de 12% nos preços de exportação no governo FHC. No governo Lula os preços duplicaram. (...) Não houve avanços", afirmou. Segundo ele, "falta uma política de defesa comercial e uma política de promoção da exportação".

Com relação à política econômica, Serra afirmou que há um "tripé perverso", formado pela alta taxa de juros, alta carga tributária e a baixa taxa de investimento governamental.

"No resto do mundo, os juros caíram durante a crise, só no Brasil aumentou. Adotamos uma política anticíclica sem aumentar investimento, mas continuamos nisso", criticou Serra. "A Dilma disse que a carga [tributária] era boa, mas isso ninguém questiona", disse.

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