Na TV, Serra usa depoimento de Aécio pela 1ª vez; Dilma e Marina falam sobre educação

Pela primeira vez desde o início do horário eleitoral obrigatório no rádio e na televisão, o presidenciável José Serra (PSDB) exibiu um depoimento de seu ex-rival na disputa interna pela candidatura, o ex-governador mineiro Aécio Neves, para pedir votos. A líder nas pesquisas, Dilma Rousseff (PT), preferiu usar o programa da tarde desta quinta-feira (26) para falar sobre educação.

Aécio veio a São Paulo na quarta-feira para gravar o depoimento, depois de um pedido do presidenciável. As imagens do candidato ao Senado por Minas Gerais vieram no fim do programa tucano. "Serra é o melhor nome pra ser o nosso presidente”, afirmou o mineiro, que evitou críticas a Dilma e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de quem é próximo. Limitou-se a dizer que o ex-governador de São Paulo conhece os problemas do país "de verdade".

O programa de Serra também cita o candidato como responsável pela implementação de projetos sociais, como o Bolsa Alimentação - mais tarde transformado em Bolsa Família -, o seguro-desemprego e a construção, em São Paulo, de 60 mil moradias populares. A propaganda diz que o tucano tomou as medidas "para os pobres, para quem Serra nunca deixou de olhar"

O tucano - classificado pelo narrador como "alguém que não tem o nariz empinado" - ainda reivindicou a autoria de iniciativas que levaram água para o sertão. O programa voltou a afirmar que Serra tem “mais biografia e mais vivência que Dilma”. Também ressaltou que pretende ampliar a mais notória bandeira da gestão Lula, o Bolsa Família - “um direito do povo brasileiro”-, além de realizar um mutirão de saneamento se for eleito.

A propaganda do tucano não fez referência à violação do sigilo do imposto de renda de pelo menos quatro tucanos em um escritório da Receita Federal em Mauá, na região metropolitana de São Paulo. O jornal "Folha de S.Paulo" divulgou que, além do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, outras três pessoas ligadas a Serra teriam sido ilegalmente investigadas no órgão federal. Dados retirados dali integravam um dossiê em poder de um grupo que negociou com a pré-campanha de Dilma.

Dilma e Marina na educação
A exemplo do programa de Serra na última terça-feira (24), Dilma se concentrou na área de educação. Mais uma vez amparada por depoimentos do presidente Lula, ela listou propostas para os ensinos integral, técnico e superior. A campanha petista mostrou números para indicar que o ensino em tempo integral chegou a dez mil escolas públicas de todo o país– e, se a ex-ministra vencer, chegará a 30 mil escolas.

Dilma também destacou o programa ReUni, responsável pela expansão de universidades federais gratuitas. Ela prometeu ampliá-lo e priorizar a abertura de escolas técnicas em municípios com mais de 50 mil habitantes. A petista disse que levará internet banda-larga a todas as escolas públicas do Brasil.

A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, optou por se dedicar ao mesmo assunto. Em um bairro pobre, usou depoimentos de jovens insatisfeitos com o ensino: uns reclamaram de professores, outros pediram melhor estrutura de informática e alguns disseram que, para entrar no mercado de trabalho, precisam aprender inglês. “Somos os primeiros a propor a educação em tempo integral”, disse.

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