24/08/2010 - 14h19

No bastidor do debate, assessor manda Indio falar mais sobre Serra

Mauricio Stycer
Do UOL Eleições
Em São Paulo

Dentro do estúdio onde ocorreu o debate Folha/UOL com os três principais candidatos à vice-presidência, o assessor de Indio da Costa (DEM) era o mais agitado. Em diferentes ocasiões, Marcelo Puppi escreveu mensagens com orientações ao candidato, que as lia à distância. “Mais Serra”, escreveu a certa altura, levando Indio a inserir uma menção ao candidato tucano numa resposta. Em outro momento, com gestos, o orientou a arrumar o cabelo. 

Com regras menos rígidas que o debate presidencial, o encontro com os vices foi também mais descontraído no figurino. Indio vestia uma malha e Guilherme Leal (PV), vice de Marina, usava um blazer. Apenas Michel Temer (PMDB) vestia terno e gravata. 

 

O clima de relaxamento também era visível entre os candidatos. Antes do início, Indio pediu a Temer para trocarem de lugar, escolhidos por sorteio. Não queria ficar no meio. “Estou com um monte de anotações aqui. Se você ler, acabou o debate”, pediu, rindo. O peemedebista não se opôs. 

Indio chegou carregado ao estúdio do UOL. Trazia inúmeras folhas soltas, fichas e apostilas com informações que consultava a todo momento, inclusive quando os seus rivais respondiam. Leal trouxe apenas uma apostila, com os assuntos separados por cores. Temer não recorreu a nenhum tipo de ajuda. 

Bem-humorado, Indio provocou o mediador Fernando Rodrigues, depois de ouvi-lo ensaiando o texto de abertura do encontro. “E o Bonner que se cuide!”. Rodrigues apenas riu.

Tenso no início, Leal pediu desculpas numa de suas primeiras respostas: “Gaguejo pela minha falta de experiência”. Aos poucos, foi relaxando e, ao final, fez um discurso empolgado em defesa da candidata Marina. “Agora está ficando bom”, observou Indio. 

Calmo, Temer perdeu a paciência poucas vezes com as bravatas de Indio. Uma delas ocorreu quando o democrata ironizou a ausência de Dilma Rousseff no debate com emissoras católicas, realizado na noite de segunda. “O que Dilma mais faz é debater”, respondeu. 

Irônico, disse: “Indio, sempre me agradam as suas observações”. E esperou a sua vez para responder à principal provocação, feita pelo democrata com o apoio do verde. “Guilherme, você contrataria a Dilma para ser gerente das suas empresas?”, perguntou Indio. “Tenho minhas dúvidas”, disse Leal. “Tenho a sensação que o povo brasileiro está querendo contratá-la para presidente da República”, replicou o peemedebista.

 

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