23/08/2010 - 11h53

Rejeitando "salto alto", Dilma nega ajuste fiscal e formação de ministério

Maurício Savarese
Do UOL Eleições
Em São Paulo

Na última etapa de sua visita de três dias ao Estado de São Paulo, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, negou nesta segunda-feira (23) que esteja pensando em um ajuste fiscal caso seja eleita. Ela também descartou a informação de que estaria já formando seu futuro ministério, dizendo que não tem "salto alto".

O jornal Folha de S.Paulo informa hoje que a petista já começou a tomar medidas para a área econômica. Ela também já estaria discutindo nomes para seu ministério junto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antes mesmo da eleição de outubro ser realizada.

"Não autorizo nenhuma avaliação a esse respeito. Não tem discussão na nossa campanha nesse sentido. Seria um absurdo", disse a presidenciável a jornalistas após uma visita a uma escola profissionalizante do Senai, na capital paulista.

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Questionada sobre o otimismo de integrantes de sua campanha, que já a veem vitoriosa no primeiro turno contra José Serra (PSDB), Dilma subiu o tom. "Quem dá o clima da campanha sou eu. A minha campanha não tem salto alto porque eu não tenho salto alto", afirmou a petista, que durante a madrugada, ao lado de Lula, fez panfletagem às portas de uma fábrica em São Bernardo do Campo (SP).

Sobre as medidas econômicas, a petista afirmou: "o Brasil tem uma dívida líquida cadente. Não vejo o menor sentido [em fazer um ajuste]. A discussão do próximo ano é desenvolvimento".

O deputado federal José Eduardo Cardozo (PT-SP), um dos coordenadores da campanha petista, afirmou que não há nenhuma discussão de nomes para o ministério e negou o suposto apetite do PMDB por mais espaço na administração federal. "O relacionamento tem sido excelente, eles participam da coordenação da campanha, terão espaço no ministério e nada leva a crer que essa relação mudará", disse Cardozo.

Visita ao lado de Skaf

Dilma foi à unidade do Senai onde Lula se formou torneiro mecânico nos anos 70, acompanhada do candidato do PSB ao governo de São Paulo, Paulo Skaf. Há meses, o ex-presidente da Fiesp, que já comandou o Senai, insistia em uma visita da presidenciável ao local a seu lado. "Skaf é uma pessoa muito capacitada e vou dar força para ele e para o Mercadante, porque os dois me apóiam", afirmou Dilma.

Nas últimas pesquisas de intenção de voto, Geraldo Alckmin (PSDB) aparece com chances de vencer o governo paulista já no primeiro turno. Lula se engajou na campanha de Aloizio Mercadante ao Palácio dos Bandeirantes para ao menos forçar um segundo turno, disseram integrantes da campanha petista.

Dilma aproveitou o evento para criticar o modelo de concessão das estradas paulistas ao fazer elogio à capacidade de gestão de Skaf. "Tem dois modelos de pedágio no Brasil. O de São Paulo é um dos mais caros do mundo, e tem um que é pela menor tarifa, que é o nosso. Eu sou radicalmente contra esse modelo aplicado aqui", afirmou a candidata.

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