20/08/2010 - 10h44

Atentado em Sergipe foi 11 de setembro para os magistrados, diz presidente do TSE

Camila Campanereut
Do UOL Eleições
Em Brasília

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Ricardo Lewandowski, afirmou na manhã desta sexta-feira (20) que os magistrados passarão a adotar uma nova estratégia no que se refere à segurança deles e de familiares, após o atentado ao presidente do TRE-SE (Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe), Luiz Antônio Araújo Mendonça, na última quarta-feira (18). Ele comparou o impacto do fato ao ataque às torres gêmeas nos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001.

''O 18 de agosto para a magistratura corresponde ao simbolismo e de suas consequências a um 11 de setembro'', avaliou o magistrado durante o 50º encontro do colégio de presidentes dos TREs, em Brasília.

Na última quarta-feira, o carro em que o juiz estava foi atingido por mais de 30 tiros, disparados por quatro homens vestidos de preto e encapuzados. Até agora ninguém foi preso. Mendonça já retornou às suas atividades no TRE-SE, e seu motorista, o cabo da PM Jailton Batista Pereira, ainda continua internado em estado grave.

Lewandowski, que ontem esteve em Aracaju, capital de Sergipe, entrou em contato com o alto comando da Polícia Federal, Ministério da Justiça, STF (Supremo Tribunal Federal) e com a Procuradoria Geral da República. Já foram abertos dois inquéritos para investigar a tentativa de homicídio do desembargador sergipano e de seu motorista.

''Infelizmente a realidade mudou e nós temos que mudar. Teremos que criar uma outra cultura de segurança'', reforçou o ministro, em referência aos quase 16 mil juízes espalhados por todo o país.

O presidente do TSE adiantou que a cada um dos tribunais será designado um servidor para atuar como elo entre a Polícia Federal e a polícia local, indicando os potenciais riscos a que estão expostos juízes e funcionários dos tribunais.

Lewandowski também sugeriu a necessidade da alteração de itinerários desses servidores e um maior cuidado na divulgação das agendas de trabalho, com a ressalva de que, por serem homens públicos, têm que informar suas atividades.

O magistrado voltou a afirmar que as forças federais estão à disposição dos tribunais e dos Estados para garantir a segurança no dia das eleições.

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