Muita gente reclamou do formato um pouco engessado, por exigência dos próprios candidatos, dos dois debates promovidos pela “Folha” e pelo UOL com os principais candidatos ao governo de São Paulo e à Presidência. Nos primeiros três blocos eles respondiam a perguntas formuladas por seus adversários e tinham um tempo muito preciso para responder, replicar e treplicar. No quarto e quinto, as perguntas foram feitas por internautas. E no último, por jornalistas dos dois veículos.
Assisti aos dois debates na coxia do Tuca, teatro da PUC-SP, bem próximo dos principais assessores dos candidatos. Os blocos dedicados à intervenção dos internautas foram os que provocaram as principais reações dos responsáveis pelo marketing dos políticos.
Foi o único momento em que o debate fugiu ao controle dos guardiões da imagem dos candidatos. Uma pergunta difícil a Dilma provocou sorrisos dos assessores de Serra, mas a boa resposta da candidata levou um assessor seu a bater palmas. Uma pergunta considerada fácil a Serra levou o marqueteiro de Dilma, João Santana, a soltar um palavrão.
Sem a proteção do anonimato, onde se escondem os mais agressivos e eventualmente covardes, os internautas que fizeram perguntas mostraram uma real possibilidade de interação no jogo político. Foram apenas seis perguntas por debate, mas que deixaram aberta uma porta importante.