18/08/2010 - 18h09

Participação dos internautas tira debate do controle dos marqueteiros

Mauricio Stycer
Em São Paulo

Muita gente reclamou do formato um pouco engessado, por exigência dos próprios candidatos, dos dois debates promovidos pela “Folha” e pelo UOL com os principais candidatos ao governo de São Paulo e à Presidência. Nos primeiros três blocos eles respondiam a perguntas formuladas por seus adversários e tinham um tempo muito preciso para responder, replicar e treplicar. No quarto e quinto, as perguntas foram feitas por internautas. E no último, por jornalistas dos dois veículos.

Assisti aos dois debates na coxia do Tuca, teatro da PUC-SP, bem próximo dos principais assessores dos candidatos. Os blocos dedicados à intervenção dos internautas foram os que provocaram as principais reações dos responsáveis pelo marketing dos políticos.

Foi o único momento em que o debate fugiu ao controle dos guardiões da imagem dos candidatos. Uma pergunta difícil a Dilma provocou sorrisos dos assessores de Serra, mas a boa resposta da candidata levou um assessor seu a bater palmas. Uma pergunta considerada fácil a Serra levou o marqueteiro de Dilma, João Santana, a soltar um palavrão.

Sem a proteção do anonimato, onde se escondem os mais agressivos e eventualmente covardes, os internautas que fizeram perguntas mostraram uma real possibilidade de interação no jogo político. Foram apenas seis perguntas por debate, mas que deixaram aberta uma porta importante.
 

 

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