18/08/2010 - 15h10

Nos bastidores do debate presidencial, saias-justas e provocações

Mauricio Stycer
Colunista do UOL
Em São Paulo

Mais organizado, o PT foi o único partido que colocou plaquinhas com os nomes dos seus integrantes que iriam assistir ao debate, indicando onde cada um deveria sentar. Na primeira fila Helena Chagas, Clara Ant, Olga Curado e Sandra Brandão. Na segunda fila, Netinho, Aloizio Mercadante, Marta Suplicy e Marcio Toledo. Na terceira, Edinho Silva e Emidio de Souza.

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Marcelo Branco, coordenador de mídias sociais da campanha de Dilma, procurou seu nome em alguma poltrona, mas não encontrou em nenhuma. Fez um gesto com as mãos de que não gostou.

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Aloizio Mercadante chegou ao debate procurando pelo “camarote” de Dilma. Queria dizer “camarim”. O senador reuniu-se com a candidata antes do início do debate.

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Questionada como se sentia cercada de jornalistas da Folha e do UOL nos bastidores, Dilma brincou: “Estranho seria ficar cercada por jornalistas da Globo”. Ansiosa, questionou os organizadores: “Vai começar na hora?”.
 

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José Serra, famoso por se atrasar em compromissos oficiais, chegou pontualmente no horário. Já Marina Silva atrasou dez minutos. “Culpa do motorista, que errou o caminho entre o Itaim e Perdizes”, desculpou-se seu assessor de imprensa, Nilson de Oliveira.

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Todos os candidatos dispunham de assistência nos camarins para cuidados de maquiagem. Ainda assim, Dilma chegou acompanhada do cabeleireiro Celso Kamura. “Ou eu ou uma assistente minha estamos sempre com a candidata”, explicou.

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Cerca de 50 servidores do Poder Judiciário e estudantes da PUC recepcionaram os candidatos à entrada do Tuca. Dilma ouviu uma piada: “Na festa da democracia vai ser ‘open-bar’? Quero uma entrada vip”. Já Serra foi chamado de “hipocondríaco” e “safado”. Marina ouviu uma pergunta insólita: “Você vai virar o boto cor de rosa?”

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Momentos antes de entrar no palco do teatro para o debate, Serra e Dilma se encontraram. Cordiais, se cumprimentaram com dois beijinhos no rosto.

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O PT contava com quatro assessores nos bastidores, entre eles o marqueteiro João Santana, o presidente do partido José Eduardo Dutra e o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. O PSDB também tinha uma equipe pequena, formada pelo assessor de imprensa Marcio Aith e o assessor Felipe Soutello. Já o PV contava com o coordenador da campanha de Marina, João Paulo Capobiano, o coordenador de conteúdo Tasso Azevedo e o assessor de imprensa Nilson de Oliveira – os três tuitando bastante durante o debate.

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A primeira discussão nos bastidores ocorreu logo no bloco inicial. Antes de fazer uma pergunta, Serra usou boa parte do seu tempo para comentar a discussão que havia ocorrido entre Dilma e Marina na pergunta anterior. “Isso não pode”, protestou João Santana com o mediador Fernando Rodrigues. “A regra não proíbe”, respondeu o mediador. “Foi só uma observação”, defendeu Soutello, assessor de Serra.

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Informados que Marta Suplicy foi entrevistada pelo UOL no intervalo do debate, os assessores de Serra pediram que Geraldo Alckmin fosse entrevistado também – o que estava programado para ocorrer no intervalo seguinte.

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Marina provocou comemoração de seus assessores e risadas dos assistentes de Dilma ao dizer para Serra: “Ontem no seu programa teve uma favela virtual quando tem tantas favelas reais”.

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Serra manifestou incômodo com a presença de jornalistas próximos a ele e seus assessores nos intervalos – momentos usados para combinar a tática do bloco seguinte. Sua equipe também procurava se colocar distante da equipe de Dilma nestes momentos. Embora dispusessem de banquinhos para sentar nos intervalos, os candidatos permaneceram de pé quase todo o tempo.

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Assessores de Serra riram nos bastidores da pergunta de um internauta a Dilma: “Você disse que o vice do Serra foi improvisado. Concordo. Mas você também não foi improvisada?”. Ao final de sua resposta, Dilma arrancou aplauso de seus assessores.

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Duas perguntas de internautas a Serra – uma sobre o loteamento de cargos, outra sobre impostos – provocaram protestos dos assessores de Dilma e de Marina, que as consideraram muito fáceis. “Foram vocês que mandaram as perguntas, né?”, brincaram os assessores das duas candidatas com os de Serra.

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O marqueteiro João Santana, responsável pela propaganda e imagem de Dilma, recusou todos os pedidos de entrevistas. “Estou afônico”, disse com a voz perfeita.

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O rabino Henry Sobel disse a Fabio Feldman, do PV: “Sua candidata é muito inteligente”. Constrangido, o candidato ao governo de São Paulo respondeu: “A nossa candidata”. No intervalo do debate, Sobel driblou a segurança e subiu ao palco para cumprimentar Serra.

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