No 6º bloco, Serra ataca envolvidos no mensalão, e Dilma fala sobre câncer

No sexto e último bloco do debate online Folha/UOL, os três principais candidatos à Presidência da República, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) responderam a perguntas dos jornalistas e fizeram suas considerações finais.

O candidato tucano citou envolvidos no escândalo do mensalão petista para afirmar que, diferente do partido, ele não "passa a mão na cabeça" das pessoas que cometem irregularidades.

"Em política, nem todos são iguais, todo mundo me conhece, não tenho compromisso com os erros, mas eles acontecem", disse ao responder a uma pergunta de Josias de Souza. O jornalista questionou o apoio do PMDB ao PSDB em 2002 e do apoio atual do PTB de Roberto Jefferson, envolvido no mensalão.

"O que difere [em relação ao PT] é a maneira como os responsáveis são tratados", disse Serra, afirmando ainda que todos que o apoiam sabem que ele não vai fazer "troca-troca" de cargos. Serra aproveitou para falar que nenhum petista foi acusado no caso dos aloprados (escândalo sobre a compra de um dossiê contra tucanos na campanha de 2006) e tampouco na quebra de sigilo do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge pela Receita Federal. "Nada foi feito."

O tucano defendeu Jefferson dizendo que foi ele quem denunciou o mensalão, inclusive tendo advertido o governo antes da denúncia. Durante suas considerações finais, Serra atacou também o ex-ministro José Dirceu, citando mais de uma vez que ele era o "chefe da quadrilha" de acordo com o Ministério Público, mas que, mesmo assim, ele tem papel importante na campanha de Dilma.

Câncer
Ao responder pergunta de Rodrigo Flores, gerente-geral de notícias do UOL, sobre o câncer que enfrentou no ano passado, Dilma afirmou que fez um acompanhamento profissional, que está completamente estabelecida e que sua disposição para a campanha prova isso. "A gente escala todo dia um Everest."

A petista disse ainda que, assim como ela, milhões de brasileiros passaram por esse processo e que o câncer é uma doença curável. "Temos que acabar com o preconceito que cerca essa doença", complementou.

Segundo turno
Marina Silva não afirmou se vai apoiar a candidata petista caso ocorra segundo turno entre os dois candidatos mais votados. "Segundo turno a gente discute no segundo turno", respondeu à Renata Lo Prete, editora da coluna Painel da Folha.

A candidata disse não encontrar diferenças entre Serra e Dilma. Segunda ela, ambos são muito bons administradores, mas não atualizaram seus pensamentos aos "desafios desse século".

Considerações finais
Dilma finalizou sua participação no debate lendo suas considerações finais. Ela disse que quer ser a primeira presidente mulher do Brasil e reforçou que pretende dar continuidade às políticas implementadas pelo governo Lula. A candidata defendeu ainda o programa de banda larga, que está sendo estudado pelo atual governo.

Serra, em suas considerações finais, elogiou o primeiro debate online entre presidenciáveis e disse que a internet hoje tem um papel fundamental na sociedade. O tucano aproveitou para alfinetar o projeto de banda larga do governo atual, dizendo que ele demorou oito anos para implementar a proposta.

Já Marina disse que quer "marcar uma diferença". "É fundamental que se tenha visão estratégica, que se pare de ficar olhando no retrovisor", acrescentou, pedindo que seja quebrada "a lógica do plebiscito".

Debate
O jornal Folha de S.Paulo e o portal UOL promoveram nesta quarta-feira (18) o primeiro debate da história da internet entre candidatos à Presidência da República.

Os três principais candidatos, Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), participaram do debate no Tuca, teatro da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), com transmissão ao vivo pelo UOL. O jornalista Fernando Rodrigues, da Folha e do UOL, foi o mediador do debate.

Os candidatos convidados são os três mais bem colocados nas pesquisas. Na segunda-feira (16), pesquisa Ibope mostrou que a candidata do PT lidera a disputa com 43% das intenções de voto, contra 32% de Serra e 8% de Marina Silva. A última pesquisa Datafolha sobre a disputa presidencial, divulgada na sexta-feira (13), também apontou a liderança da candidata petista com 41% das intenções de voto, contra 33% do tucano e 10% de Marina.

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