18/08/2010 - 12h09

No 3º bloco, Dilma ataca FHC, e Serra diz que petista acha carga tributária "normal"

Rosanne D'Agostino
Do UOL Eleições
Em São Paulo

 

No terceiro bloco do debate entre candidatos à Presidência da República, que participam nesta quarta-feira (18) do encontro online promovido pelo jornal Folha de S.Paulo e o portal UOL, críticas ao governo do tucano Fernando Henrique Cardoso foram a base das críticas de Dilma Rousseff (PT) ao adversário José Serra (PSDB) sobre carga tributária no país.

Dilma, Serra e Marina Silva (PV), participam do debate, o primeiro debate da história da internet, no Tuca, teatro da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Os internautas também puderam enviar suas perguntas.

Sobre impostos, Serra afirmou que viu declarações de Dilma dizendo que ela “achava normal” a carga tributária no Brasil. "Dizendo que seria média, eu diria até que havia uma certa satisfação [de Dilma]", ironizou. "O Brasil tem a maior carga tributária do mundo em desenvolvimento, disparado. Mas ainda, é um dos países menos investe no mundo, praticamente o penúltimo", atacou. 

"Eu acho estranho Serra, eu acredito que esse número seu seja bastante antigo. A última vez que você mencionou, eram de 2008, se não me engano. Então é bom você atualizar o número e ver se o que você diz tem consistência. Nós, diante da crise, tivemos uma reação muito clara, reduzimos IPI de automóveis, fizemos todo um esforço para manter a economia funcionando para não deixar ter uma queda terrível no desemprego", respondeu a petista.

"Você anda tão para trás. Teu espelho retrovisor é tão grande, que não vê inclusive o que você fez", rebateu Serra. "Como vocês estão vendo, ele não falou nada sobre substituição tributária. Havia uma fila burra no governo federal no governo Fernando Henrique Cardoso", afirmou Dilma. "Acho, Serra, que você teve uma avaliação errada da crise. Você supôs que seria muito maior do que foi. Eu sou a favor da reforma tributária. Discutir saneamento é algo que você não deveria tentar."

Dilma também questionou Marina sobre qual a sua proposta para garantir o acesso à internet, sobretudo na educação. "Temos que ter um sistema que integre as novas tecnologias, que professores possam atualizar seus conteúdos", disse a candidata do PV, defendendo uma parceria com a iniciativa privada.

Já a petista citou novamente programa de Lula, de banda larga nas escolas, dizendo que coordenou o projeto. "A internet dá um instrumento para o professor e o MEC [Ministério da Educação] para melhorar o ensino”, disse. “Acho que vamos ter que fazer uma profunda reforma da educação no Brasil", completou Marina.

Em pergunta de Marina sobre como fará grandes reformas caso seja eleito, Serra criticou proposta de Dilma, de constituinte exclusiva para fazer reforma política. "Quando você chega no governo, para aprovar isso, aquilo, esse tema fica para depois, porque cria resistência. Eu não creio que valha a pena criar uma constituinte exclusiva, até porque não seria exclusiva. Eu prefiro o método gradualista. Eu defendo a mudança do sistema eleitoral. Poderíamos ter um voto distrital misto. Capaz de introduzir no país aquele vírus benigno do voto distrital, mostrando a utilidade dele. Vão cobrar melhor aquele que for eleito e o gasto de campanha reduz em pelo menos dez vezes", afirmou.

Marina respondeu afirmando que a composição política de Serra é a mesma que interditou as reformas nos últimos 16 anos e pediu que "o presidente Lula e o presidente Fernando Henrique Cardoso transformem em ato a sua intenção". "Exatamente para romper esse círculo vicioso, eu proponho isso que não depende do Congresso Nacional", rebateu o tucano. "Vamos já fazer essa mudança em 2012. Se o Lula não fez em oito anos, você acha que ele vai fazer quando terminar o mandato?", concluiu.

Sites relacionados

Siga UOL Eleições

Hospedagem: UOL Host