18/08/2010 - 11h26

No 1º bloco, Dilma e Serra usam DEM e PT para trocar acusações

Rosanne D'Agostino
Do UOL Eleições
Em São Paulo

No primeiro bloco do debate entre candidatos à Presidência da República que participam nesta quarta-feira (18) do encontro online promovido pelo jornal Folha de S.Paulo e pelo portal UOL, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) partiram para o ataque e trocaram acusações utilizando feitos de seus partidos e do DEM.

Dilma, Serra e Marina Silva (PV), participam do debate, o primeiro debate da história da internet, no Tuca, teatro da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). Os internautas também puderam enviar suas perguntas.

Dilma questionou Serra sobre o Protec (programa de bolsas estudantis em escolas técnicas), como exemplo para ensino técnico, segundo ela, criado na carona do Prouni (Programa Universidade para Todos do governo federal). "O meu governo criou o ProUni, para dar acesso aos mais pobres às universidades. O partido do seu vice quis acabar na Justiça com o projeto. O que teria acontecido se o ProUni tivesse acabado? O que você diria aos alunos beneficiados?", perguntou.

Serra iniciou o ataque, afirmando que o PT votou contra a Constituinte e contra o plano Real. “Você mesma, tem fixação no passado. Você é ingrata com o Itamar e o Fernando Henrique [Cardoso]. Porque eles fizeram a lei de responsabilidade fiscal”, disse Serra. Segundo ele, o DEM não entrou com processo no STF (Supremo Tribunal Federal) para acabar com o ProUni, como disse Dilma. Ele alegou ainda a candidata também estaria contra o Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental), por exemplo, se esse raciocínio fosse aplicado.

"A diferença é que nós reconhecemos que votamos errado", rebateu Dilma. "Aprovamos a lei de responsabilidade, o Plano Real, e levamos à frente de forma adequada. É uma questão séria a do ProUni, que ainda está na Justiça. Existem 704 mil estudantes do ProUni que podem se transformar em pessoas sem oportunidade."

Já na tréplica, o tucano complementou. "O PT é imbatível, ganha de goleada de qualquer outro partido brasileiro", criticou. "No torneio de 'quanto pior, melhor', o PT ganha disparado. O PT votou contra Tancredo no colégio eleitoral. Na Constituição, o PT votou contra a Constituinte. O PT votou contra o plano Real, que acabou com a inflação. O PT votou contra o Proer, que até você elogiou.'" "Esse negócio do DEM parece brincadeira. Algum assessor te deu isso e você vem aqui querer criar dificuldade."

Na primeira pergunta, Marina questionou Dilma sobre o que classificou de "mãe das reformas", a reforma política. "Nós enviamos pra um início de debate ao Congresso um conjunto de propostas, financiamento público de campanha, algo que virou uma legislação, que é a fidelidade partidária. Constituinte exclusiva seria uma forma de ter um conjunto de pessoas escolhidas e eleitas sem interesse específico na matéria para legislar sobre uma questão tão importante", respondeu a petista.

Em seguida, a candidata de Lula também afirmou que o presidente "teve uma experiência difícil na aprovação das reformas necessárias, por exemplo, a tributária". "Ele prometeu pra mim que ele vai se dedicar à reforma política quando deixar o governo", disse.

Serra, por sua vez, aproveitou a questão de Marina sobre educação para defender o voto distrital puro nos municípios até 200 mil habitantes já nas próximas eleições. "Se isso der certo, vai inocular o vírus benigno do voto distrital", afirmou.

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