18/08/2010 - 13h52

Em debate, Marina ataca Serra, mostra nervosismo e critica "farofa de números"

Diego Salmen
Do UOL Eleições
Em São Paulo
  • A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva

    A candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva

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Em sua participação no debate Folha/UOL, a candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, destacou-se pelos ataques ao candidato do PSDB, o ex-governador de São Paulo José Serra. O encontro foi realizado na manhã desta quarta-feira (18) no Tuca, teatro da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).


Nos dois primeiros blocos do evento, a senadora atacou seu rival em duas ocasiões. Na primeira, criticou a situação do ensino no Estado de São Paulo. "Por que em 20 anos de governo do PSDB nós não temos aqui um exemplo de políticas públicas para o Brasil?", afirmou, para em seguida defender investimentos da ordem de 7% do PIB no setor - uma das poucas ocasiões em que estipulou metas objetivas de governo.

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Depois, foi aplaudida ao atacar a propaganda eleitoral do ex-ministro da Saúde, que na terça-feira (17) mostrou Serra à frente de uma favela cenográfica.

"Tivemos favela virtual, quando tem tanta favela real, como a que eu visitei ontem", afirmou, em referência a uma comunidade visitada por ela na zona sul da capital paulista.

Após o debate, a própria candidata negou ter sido mais incisiva com o governador de São Paulo. "As perguntas que eu fiz para um eu faria para outro", defendeu. "Só não tive a oportunidade de perguntar para a ministra Dilma", esquivou-se.

O coordenador da campanha verde, João Paulo Capobianco, também negou uma mudança na estratégia de Marina por conta das últimas sondagens eleitorais. "É um debate de ideias", desconversou.

"Acho que ela está bem, tranquila", disse o vice de Marina, o empresário Guilherme Leal, que elogiou o encontro. "É um formato de debate que permite debate. Achei bastante interessante a participação dos internautas", afirmou.

Além disso, na maior parte do tempo a ex-ministra do Meio Ambiente recorreu a um discurso mais amplo, sem comprometimento com números e metas. Exemplo foi a crítica que fez à "farofa de números" apresentada por seus rivais ao longo do debate.

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Outra amostra foi quando falou em "sistema de educação integrada". "O ensino profissionalizante e técnico é fundamental, mas é fundamental que nós façamos uma atualização de conteúdo e mudemos a situação atual do país", afirmou.

Nervosismo
Marina Silva também se mostrou nervosa durante boa parte do debate. Em pelo menos 10 ocasiões, a candidata do PV extrapolou seu tempo - inclusive na hora de elaborar as perguntas para seus concorrentes.

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"Todo mundo está extrapolando", disse Capobianco, que atribuiu a performance da senadora à má visualização de um cronômetro por conta da luz. "A luz está atrapalhando", afirmou, depois de reclamar com a produção do evento.

O vice de Marina, por sua vez, admitiu o problema do nervosismo. "Realmente, essa questão do tempo está acontecendo", para em seguida ser interrompido por um assessor que mais uma vez atribuiu à iluminação os deslizes no relógio.

Candidato ao governo paulista pelo PV, Fábio Feldmann, também negou nervosismo por parte de sua correligionária. "Ela está bem", disse. "O que não pode é continuar essa polarização de baixo nível entre PT e PSDB", criticou.

Durante os intervalos do encontro, o púlpito de Marina invariavelmente era o que concentrava o maior número de assessores ao seu redor, que, durante os embates, aglutinavam-se em meio às equipes das demais campanhas em uma sala nos bastidores do Tuca.

Nem Fernando Gabeira, candidato ao governo do Rio de Janeiro pelo PV, nem Alfredo Sirkis, presidente da sigla no Estado, vieram ao debate para prestigiar a correligionária. A assessoria da candidata entrou em contato com o UOL Eleições para negar que Marina estava nervosa ao longo do encontro.

 

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