17/08/2010 - 19h36

Oferta de asilo à iraniana condenada vira tema de campanha

Renata Giraldi
Da Agência Brasil
Em Brasília

A oferta de asilo à viúva iraniana, condenada à morte por apedrejamento, virou tema da campanha eleitoral. Depois de assumir a defesa da mulher e criticar o governo do Irã, o candidato à Presidência da República, José Serra, pela coligação O Brasil Pode Mais (PSDB, DEM, PPS, PTB e PT do B), pediu hoje (17) que a candidata do PT, Dilma Rousseff, se manifeste sobre o assunto. Segundo Serra, a relação do Brasil com o Irã não agrada à população brasileira.

Para Serra, as últimas críticas de integrantes do governo à posição assumida pelo o Irã tem “interesse eleitoral”. “Para mim tem um interesse eleitoral”, disse o candidato tucano, ao ser perguntado sobre as críticas do ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, que ontem (16) chamou o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad de “ditador” e criticou a forma como o governo do presidente Lula trata o caso da iraniana.

“Ele [Vannuchi] tinha que explicar porque o governo disse que tinha carinho e amizade pelo [Mahmoud] Ahmadinejad. Eu acho que isso é puramente eleitoral. Nunca duvido das posições pessoais do Paulo Vannuchi. O fato é que o Brasil manifestou durante todo esse tempo carinho, amizade e confiança pelo Irã”, disse.

O candidato afirmou que Dilma também deve se manifestar sobre a situação da viúva Sakineh Mohammadi Ashtiani, de 43 anos, acusada de adultério e posteriormente de assassinato. Mãe de dois filhos, ela e a família negam as acusações. Serra afirmou que o eleitor não aprova a relação do Brasil com o Irã.

“Como isso pega mal para a opinião pública, e nós estamos numa eleição, convém não confundir de novo a opinião pública. Tem que perguntar pro Vannuchi sobre Cuba, ele não falou sobre Cuba. Aliás, ela [Dilma] é quem tem que explicar porque nunca reclamou do Irã. Agora [para o governo Lula] o Irã é uma ditadura. Ela nunca disse uma palavrinha áspera com relação àquela ditadura fascista e feroz”, afirmou Serra.

Depois de fazer uma série de críticas ao governo federal e à candidata petista, Serra não quis responder a perguntas sobre a propaganda eleitoral e às pesquisas de opinião. Segundo ele, é para evitar que a campanha eleitoral se transforme em “tititi” e “bastidores”. “Se a gente não toma cuidado, a campanha eleitoral vira bastidores e 'tititi'”, disse o candidato do PSDB.

José Serra participou hoje do 20º Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, em Brasília, organizado pela Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB).

Anteriormente, Serra reclamou que pelo menos sete projetos apresentados por ele, ao longo da campanha eleitoral, foram “copiados” por Dilma, entre eles, o Mãe Paulistana. Segundo Serra, é “normal” um político pegar o exemplo de programas que dão certo e adotar. Mas ele se queixou de não haver “respeito ao direito autoral”. “Se eleito presidente, não faria uma lei proibindo cópias”, brincou o candidato. “Mas ficaria mais elegante dar o crédito sobre a autoria”, completou.

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