Internet será arma dos nanicos para driblar desconhecimento e o pouco tempo na TV

O horário eleitoral gratuito começa nesta terça-feira (17) em todo o país. Até 30 de setembro, mais de 20 mil candidatos aos cargos de presidente, governador, deputado e senador, disputam a atenção de um público estimado em 135.804 milhões de eleitores no rádio e na televisão.

Criado em 1962, por uma lei de autoria do deputado Oswaldo Lima Filho (PTB-PE), o horário eleitoral tinha como objetivo evitar que apenas candidatos ricos e poderosos tivessem acesso à TV e ao rádio. Mas hoje, o tempo na TV e no rádio privilegia os partidos com mais cadeiras na Câmara dos Deputados e deixa a disputa desigual para os chamados partidos “nanicos”.

Dos nove candidatos à Presidência, cinco terão menos do que um minuto para apresentar suas propostas de governo: Zé Maria (PSTU), José Maria Eymael (PSDC), Ivan Pinheiro (PCB), Levy Fidelix (PRTB) e Rui Costa Pimenta (PCO) terão 55 segundos e 56 centésimos cada um. Todos contarão com a internet para reverter a desvantagem da TV.

Com uma equipe enxuta, formada por oito pessoas e uma verba inferior a R$ 50 mil, todos os programas do PSTU exibidos no horário eleitoral terão uma continuação na internet. A equipe aposta em animações para explicar melhor as propostas de governo.

“O primeiro programa será dedicado ao perfil da candidatura e do País, além de mostrar que o debate que precisa ser feito não é o de quem governou melhor, Lula ou FHC, e sim do que precisa ser feito para melhorar o país”, disse o responsável pelo programa de governo do PSTU, Gustavo Sixel.

O democrata-cristão Eymael aposta no jingle para aumentar a sua popularidade, tanto que já disponibilizou em seu site versões diferentes do jingle para celular: axé, milonga e sertanejo universitário e o tradicional “E-E-Ey-mael”.

Na TV, segundo o coordenador de marketing da campanha, Rubens Pavão, a ideia é dividir o programa entre um perfil do candidato e suas propostas e 30 segundos dedicados à fala do próprio Eymael.

Além disso, todas as terças-feiras após o horário eleitoral o candidato entrará ao vivo na TV Eymael, no site oficial da campanha, para conversar com os eleitores. Dependendo da audiência, Pavão cogita estender o bate-papo para os outros dias da semana.

A equipe de Levi Fidelix não pretente gravar novos programas para a internet devido à falta de estrutura técnica da campanha. De acordo com a assessoria Fidelix, o pouco tempo será “bem explorado por meio de uma explanação geral do candidato, no primeiro programa, e explicações gerais dos principas pontos do programa de governo nos demais”.

Comunista promete campanha diferente

Para aumentar a popularidade entre o eleitorado, o comunista Ivan Pinheiro decidiu mudar o discurso engessado e focado na classe operária. O candidato promete um “programa de TV diferente de tudo que já se viu" nas campanhas anteriores do PCB.

Segundo a assessoria do comunista, a ideia é mudar a estética e o discurso do PCB, que sempre foi mais dirigido à classe operária, por palavras mais acessíveis e assim, tentar alcançar um público maior, além de trazer o depoimento de pessoas que apoiam o partido;

PSOL é o nanico com maior tempo de TV

Entre os nanicos, o PSOL é o partido com mais tempo na TV e no rádio. O candidato da legenda à Presidência, Plínio de Arruda Sampaio, terá um minuto, um segundo e 94 centésimos. “São 61 segundos divididos entre uma peça publicitária sobre o tema do dia, de 25 a 30 segundos, e a outra parte dedicada à fala do Plínio”, diz a assessora do socialista, Luciana Araújo.

Além disso, será disponibilizado no site do candidato um vídeo de 3 a 7 minutos explorando mais o tema dos programas. Ainda segundo a assessoria de Plínio, após os programas ele conversará no Twitter com os eleitores para acompanhar a repercussão da campanha na TV.

O UOL Eleições não conseguiu entrar em contato com a assessoria do candidato do PCO, Rui Costa Pimenta.

UOL Celular