17/08/2010 - 07h00

Em 2002, presidenciável Serra já fazia campanha do "mudar, mas não muito"

Maurício Savarese
Do UOL Eleições
Em São Paulo

Nestas eleições, o slogan de José Serra, candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, é “o Brasil pode mais”. Sem críticas contundentes ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o tucano quer se mostrar como o mais preparado para continuar as mudanças. Há oito anos, quando tentou o mesmo cargo, propunha algo parecido em seu horário eleitoral gratuito. “Muda meu país, mas não muda de bandeira” era seu mote.

Tentando barrar Lula e apesar do fardo da impopularidade do governo Fernando Henrique Cardoso, Serra evitou parecer governista demais durante a campanha na qual enfrentou o petista, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes, então no PPS, e o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho, na época no PSB. Não deu certo: o tucano perdeu por diferença de quase 20 pontos percentuais no segundo turno.

Com o início do horário eleitoral gratuito nesta terça-feira (17), mesmo atrás da principal rival, Dilma Rousseff (PT) e novamente usando o discurso de mudança moderada, Serra tentará deixar o passado para trás. Se nestas eleições não há o sentimento de vez – o jingle tucano há oito anos dizia que “a onda é verde e amarela/ela não é vermelha” –, há um governo com quase 80% de popularidade.

Sertanejos queriam mudança com tucano

A recente criação de empregos, que o governo diz ser de 14 milhões de vagas, também dificulta o uso de uma mensagem como a do primeiro jingle sobre mudança usado por Serra em 2002. O vídeo “A mudança é azul” foi interpretado na época não apenas como uma referência à cor da carteira de trabalho, mas também como uma tentativa de neutralizar o apelo de um PT mais moderado junto à classe média.

Outra diferença em relação a 2002 é a impossibilidade de ter mais engajados na campanha dois personagens importantes há oito anos: os cantores Chitãozinho e Xororó. Tucanos de carteirinha, eles cantaram um dos primeiros jingles dizendo que “é José Serra pra mudar”. A legislação proíbe showmícios como os que a dupla sertaneja fazia lotar nas eleições que alçaram Lula ao Palácio do Planalto.

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