17/08/2010 - 07h00

Anônima em 2002, Dilma inicia propaganda eleitoral como estrela

Maurício Savarese
Do UOL Eleições
Em São Paulo

Quatro segundos. Nenhuma palavra. Uma mesa distante da do chefe. Isso foi tudo que Dilma Rousseff teve na primeira propaganda eleitoral do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002. Oito anos depois, ela será a estrela de um programa que, há oito anos, pensava-se que seria ocupado pelos ministros José Dirceu ou Antonio Palocci. Ou a ex-prefeita Marta Suplicy. Talvez o senador Aloizio Mercadante.

 

Na época do vídeo, Dilma ajudou a coordenar o programa de governo de Lula para a área de energia. Mas no início da campanha que o elegeria para o Palácio do Planalto pela primeira vez, o ex-líder sindical não prestava atenção na antiga militante de esquerda, que trocou o PDT gaúcho pelo PT poucos anos antes. Isso só se deu depois de sua vitória, na equipe de transição junto ao governo Fernando Henrique Cardoso.

O vídeo mostra aliados de Lula que foram abatidos por escândalos – como os ex-ministros Dirceu, Palocci, Luiz Gushiken; o ex-presidente do PT José Genoino, e o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha. Mas também inclui assessores próximos até hoje, como o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o vice-presidente, José Alencar, e Mercadante, hoje candidato ao governo paulista. Há também quem tenha se afastado do presidente, como José Graziano – coordenador do programa Fome Zero, incorporado depois ao Bolsa Família.

Entre os presentes no vídeo que foram afastados do governo por denúncias de corrupção, o mais poderoso é Palocci – um dos coordenadores da campanha de Dilma e ponte entre a candidata com potenciais doadores. Recentemente, Lula indicou que o ex-ministro da Fazenda, hoje deputado, poderia ter sido indicado à sua sucessão se não tivesse se envolvido na quebra de sigilo bancário de um caseiro que o acusava de fazer tráfico de influência.

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