13/08/2010 - 19h12

Serra propõe ''pressão diplomática'' para inibir a exportação da cocaína para o Brasil

Heliana Frazão
Especial para o UOL Eleições
Em Salvador

O candidato do PSDB a Presidência, José Serra, defendeu que o governo federal brasileiro exerça uma pressão diplomática sobre a Bolívia e outros países que exportam drogas para o Brasil. Segundo Serra, o país soube fazer pressão sobre Honduras (no episódio do presidente deposto), e deve aproveitar a boa relação com a Bolívia “para proibir a exportação de droga”.

Segundo o tucano, que nesta sexta-feira (13) apresentou as principais diretrizes do seu Plano Nacional de Segurança, em Salvador, o governo brasileiro gasta apenas 0,5% do PIB (Produto Interno Bruto) com segurança pública, o que considera "insuficiente".

Questionado sobre as declarações de hoje da candidata do PT, Dilma Rousseff, de que o governo de São Paulo remunera os delegados menos que o Piauí, Serra foi lacônico: “É mentira, isso é bobagem”.

Sobre a criação de uma ‘’força tarefa’’ formada pelos ministérios para responder às suas críticas à adversária petista, o tucano disse que não vai debater com o ministério de Lula. “Minha disputa eleitoral não é com os ministérios do Lula. Eu debato com os candidatos aí postos. Não tem sentido eu debater com os ministérios, mesmo que estejam engajados na campanha, e não devia ser assim. O meu foco são os candidatos”, criticou.

Serra reafirmou seu compromisso de combater o crime organizado. “Eu na Presidência vou colocar o governo federal nessa luta direta, no enfrentamento ao crime. É preciso combater o crime organizado nacionalmente, combatendo o contrabando de armas e de drogas, fazendo um cadastro nacional, controle das fronteiras e muito mais, porque o crime está cada vez mais organizado”.

De acordo com os números apresentados pelo candidato, morrem hoje no Brasil 45 mil pessoas assassinadas anualmente. “Isso é um Iraque por ano, por isso tem que ser uma batalha de todos”, assinalou.

O Plano Nacional de Segurança de Serra prevê a criação de um arquivo de dados nacional, controle das fronteiras, maior investimento em inteligência, mais investimento em recursos humanos, com melhores salários, prevenção por meio da educação nas escolas, mais oferta de ensino profissionalizante, construção de mais presídios federais e a criação do Ministério da Segurança Pública para coordenar todas essas ações, sob o comando “de gente da área”.

Em tom de descontração, Serra disse que não se importa em ser copiado por outros candidatos. “Já tem vários projetos sendo copiados por uma candidata. Eu acho bom que se copie o que é bom para a população, desde que se dê o crédito ao autor, principalmente em tempos de campanha. Esse projeto é de autoria do Serra”, ironizou.

O discurso mais duro ficou por conta do candidato ao governo do Estado pela coligação PSDB/DEM, Paulo Souto (DEM), ao se dizer estarrecido com declaração do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), no debate promovido pela Band com os candidatos para o governo do Estado, na noite da quinta-feria (11), que afirmou que só existem dois caminhos para se tratar as drogas: a cadeia ou o cemitério.

“É impressionante a miopia com que se trata a questão da segurança pública na Bahia. Não se fala em programas de segurança, em recuperação de jovens, como o senhor fez em São Paulo, governador”, disse Paulo Souto, referindo-se a Serra.
 

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