03/08/2010 - 12h00

Marina ensaia discurso econômico antes de debate e critica PAC

Maurício Savarese
Do UOL Eleições
Em São Paulo

Terceira colocada nas pesquisas de intenção de voto, a candidata do PV à Presidência da República, Marina Silva, aproveitou um encontro com empresários do ramo financeiro nesta terça-feira (3) para equilibrar seu discurso entre a plataforma ambiental que a fez famosa e as garantias econômicas para o caso de ser eleita. Na quinta-feira, ela e seus rivais participarão de debate na TV Bandeirantes.

Em um discurso que leu por cerca de 30 minutos em um encontro em São Paulo, a presidenciável referiu-se repetidamente ao mercado e ao candidato a vice Guilherme Leal, um dos empresários mais proeminentes do país e seu guia no trânsito com a elite brasileira.

A candidata do PV também aproveitou para criticar o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), visto como uma das principais bandeiras de sua adversária Dilma Rousseff (PT), ex-ministra-chefe da Casa Civil.

“O maior risco que corremos hoje é a complacência. Apesar dos importantes avanços, os problemas de fundo permanecem”, afirmou Marina a um público de cerca de 80 pessoas ligadas ao setor financeiro. “Rejeitamos a idéia de que meio-ambiente e sustentabilidade são empecilhos para o crescimento econômico.”

Em seguida, emendou a respeito do PAC: “Não temos um plano de infraestrutura. Não temos sequer um programa. Só temos gerenciamento. É importante que tenhamos gerenciamento, mas isso não é o suficiente”. Além de adversárias nas eleições, Marina, ex-ministra do Meio Ambiente, e Dilma, preferida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, rivalizavam na gestão federal.

No discurso, Marina repetiu que garantirá um Banco Central com autonomia operacional, mas sem independência formal. Prometeu incentivar programas de educação financeira e se esforçar para equacionar problemas no câmbio e nas contas públicas. Ao ser questionada por um dos empresários sobre empreendedorismo, a candidata disse estar com a voz desgastada e passou a pergunta a Leal.

Receptividade
Fábio Barbosa, presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), elogiou o discurso da presidenciável – mais adiante a entidade promoverá debates com Dilma e com o tucano José Serra. “Foi uma exposição bastante inspiradora e muito bem recebida”, afirmou ele. Empresários presentes elogiaram os comentários de Marina, mas um deles notou que a candidata “não está à vontade” com o tema economia.

Para o debate de quinta-feira, a presidenciável testou a reação de uma frase de efeito, para se contrapor a Dilma e Serra. “Às vezes não precisamos de um novo caminho. Às vezes precisamos de um novo jeito de caminhar. É disso que o Brasil precisa”, disse, para em seguida detalhar sua biografia, com detalhes sobre sua infância pobre no interior do Acre.

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