02/08/2010 - 19h34

Em SP, políticos se multiplicam em torno de Serra para buscar presença na TV

Maurício Savarese
Do UOL Eleições
Em São Paulo
  • Presidenciável tucano José Serra se aperta com aliados durante visita a bairro oriental em SP

    Presidenciável tucano José Serra se aperta com aliados durante visita a bairro oriental em SP

Em ano eleitoral, o início de agosto costuma marcar a acelerada das campanhas presidenciais. Os presidenciáveis ganham mais companhias em eventos públicos, muitas delas interessadas em aparecer nas inserções diárias que o principal telejornal brasileiro começa a ceder. Foi isso que aconteceu nesta segunda-feira (2) na capital paulista, em uma caminhada do tucano José Serra no centro da cidade.

Juntaram-se a ele no bairro da Liberdade, reduto de orientais na cidade, o candidato do PSDB ao governo paulista, Geraldo Alckmin, os candidatos ao Senado Orestes Quércia (PMDB) e Aloysio Nunes (PSDB), o presidente do PPS, Roberto Freire, o presidente da SPTuris, Caio Luiz de Carvalho, membros da prefeitura, deputados federais e estaduais e dezenas de militantes pagos.

Nesta segunda-feira, o “Jornal Nacional”, da TV Globo, dará início às séries diárias de 50 segundos para cada candidato. Nesse tempo, eles aparecerão em seus eventos de campanha para falar de temas específicos, como saúde, habitação e segurança. Serra optou falar sobre a situação da polícia paulista na Liberdade – depois de um fim de semana de ataques à tropa de elite em São Paulo.

Questionado sobre a importância dos relatos na TV sobre seus eventos de campanha, Serra respondeu: “Não dá para só fazer televisão e não dá para não fazer televisão. Tem que juntar as duas coisas. O que vai acontecer agora é trabalhar mais”. Nos bastidores, um aliado dele comentou: “O que vai acontecer agora é todo mundo ir atrás de qualquer lugar onde ele aparecer até outubro”.

A busca de boas imagens para a televisão levou o presidenciável ao habitual roteiro de campanha: cumprimentos e autógrafos para eleitores, visitas a lojas de antigos militantes e uma breve xícara de café em algum local onde as câmaras possam captar bem. “Eu evito essa parte, fico muito apertado”, diz Freire, presidente do PPS. “Deixo para dar meu aperto de mão lá no final, nesta fase começa a faltar espaço.”

Tanto faltou espaço que Serra foi obrigado a correr nas estreitas ruas do bairro para não ser imprensado na parede ou nos corredores das lojas que ameaçou conhecer melhor. Ninguém se feriu, mas o trânsito ficou parado por longos minutos, dando a muitos eleitores não tão amistosos a chance de reclamar do presidenciável.

No fim – com mais de uma hora de atraso -, Serra é levado a um centro oriental onde recebe um talismã da sorte – chamado daruma. Brinda com saquê. E recebe aplausos efusivos de militantes infiltrados entre os jornalistas. Atrás dele, dezenas de placas com nomes de candidatos a deputado brigam por espaço. Durante a coletiva de imprensa do presidenciável, os aliados todos se alinham onde possam ser vistos.

Desejo
Ao fazer seu pedido ao talismã, Serra deseja que ele possa “melhorar o Brasil, que pode mais na área da segurança e do ensino”. “O meu desejo é esse: fazer acontecer”. Sobre segurança pública, afirma que o Estado de São Paulo, que governava poucos meses atrás, está reduzindo a criminalidade. Evitou críticas a Dilma. O "Jornal Nacional" informou aos candidatos que nao pretende exibir trocas de farpas no tempo que dedicará a eles.

Em vez de criticar o governo federal, do qual sua adversária foi ministra, Serra preferiu “dar testemunho em relação ao ministro Guido Mantega, que é um homem correto e que está no cargo defendendo o interesse público”. O jornal Folha de S.Paulo noticiou que um dossiê teria sido feito por petistas para coagir Mantega, com dados apontando a filha do ministro, Marina, como lobista em empresas estatais.

As críticas ao Palácio do Planalto ficaram por conta de Alckmin. O ex-governador afirmou que São Paulo sofre menos que o resto do país com a criminalidade e que o governo federal não policia as fronteiras adequadamente. Enquanto o tucano dava entrevista, vários candidatos que caminharam ao lado de Serra se esforçaram para manter placas e militantes no ângulo das câmaras. Mas o dono do espaço diário na TV já tinha deixado o prédio.

Serra e Alckmin, que já foram rivais em disputas internas no PSDB mas que acabaram no mesmo governo – o primeiro como governador e o segundo como secretário do Desenvolvimento – também dividiam os eleitores na rua. Depois de caminharem juntos por volta das 15h, separaram-se e comandaram grupos independentes no corpo-a-corpo com os eleitores.

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