02/08/2010 - 17h02

Dilma chama dossiê contra Mantega de "carta anônima" e diz que manterá nível alto

André Naddeo e Júlia Machado
Do UOL Eleições
No Rio de Janeiro

Veja entrevista de Dilma no Rio

A candidata do PT à presidência da República Dilma Rousseff comentou nesta segunda-feira (2) a denúncia de que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi assunto de um dossiê que o governo atribui a uma ala do sindicalismo bancário do seu próprio partido.

“Você está chamando carta-anônima de dossiê?”, perguntou ao jornalista que levantou a discussão ao indagá-la se ela qualifica ou nega a existência do fato. “É lamentável essa carta-anônima. Não desqualifico, nem nego. Trata-se de uma carta-anônima. Como tal, não pode ser atribuída a nenhum partido”, afirmou a candidata petista, em evento no Comitê Olímpico Brasileiro (COB), no Rio de Janeiro.

Na seqüência da entrevista, visivelmente irritada com a insistência no tema, Dilma disse que não pretende se defender, caso o seu maior adversário na disputa, o candidato do PSDB, José Serra, use o dossiê nos futuros debates eleitorais.

“Vou manter o nível alto. Eu não tenho porque manter o debate neste nível. Isso é um desrespeito ao povo brasileiro, ao telespectador. Eu pretendo propor ideias, propor o que eu acredito que seja essencial para que seja feito no Brasil", disse.

O primeiro debate entre os presidenciáveis está marcado para a próxima quinta-feira (5) na TV Bandeirantes. No dia 18, será a vez do portal UOL, junto com o jornal Folha de S.Paulo, promover o primeiro debate ao vivo da história da Internet brasileira.

Aeroportos
Dilma Rousseff foi a última “presidenciável” a comparecer ao COB para receber da entidade as diretrizes de planejamento para os Jogos Olímpicos de 2016, após a presença de José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV). Mas no dia que o caos aéreo voltou a assombrar os passageiros no país, relacionado principalmente a problemas com tripulação da companhia Gol, o assunto aeroportos foi bastante debatido para a questão estrutural do evento.

“Há aeroportos bons e ruins. Tem uma coisa muito importante que começou a ser feita no governo Lula. Tem que mudar a governança da Infraero, abrindo o seu capital. O BNDES foi encarregado de fazer isso”, afirmou Dilma, que esteve acompanhada do seu “staff peemedebista” no Rio de Janeiro: o governador candidato à reeleição, Sérgio Cabral, e o prefeito Eduardo Paes.

“Vai na direção do que eu desejo, que é a gestão compartilhada. Isso permite amanhã que essa empresa de capital aberto possa gerir de forma compartilhada um aeroporto como o Galeão”, concordou Cabral.

Sem economia para gastar
Assim como o seu maior rival, Dilma também vestiu o casaco do COB entregue para os atletas olímpicos nas disputas. Recebeu a vestimenta de Joaquim Cruz, medalha de ouro no atletismo nos Jogos de Los Angeles, em 1984. E afirmou que “na questão da Olimpíada de 2016, não vai ser possível a gente fazer uma economia, não se faz economia em questões que são essenciais para o país”.

A ex-ministra-chefe da Casa Civil não soube dizer os valores dos investimentos no esporte, mas adiantou que o repasse dos recursos não será feito somente para o Ministério dos Esportes, mas também para o Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, e para o Ministério da Educação, prevendo a construção de 800 praças e 10 mil novas escolas pelo Brasil.

Sites relacionados

Siga UOL Eleições

Hospedagem: UOL Host