31/07/2010 - 12h37

Mais de 1 milhão de eleitores votarão com identificação de digitais este ano

Débora Zampier
Da Agência Brasil

As urnas com leitor biométrico, que permitem a identificação de eleitores por meio da impressão digital, serão usadas em 60 municípios de 23 estados brasileiros nas eleições de 2010, atendendo mais de 1 milhão de pessoas. O mecanismo, adotado pela primeira vez nas eleições de 2008, exclui a possibilidade de uma pessoa votar no lugar de outra.

A urna biométrica não alterará de forma significativa o rito de votação: o eleitor ainda precisará se apresentar ao mesário com o título de eleitor e o documento oficial de identificação com foto. Entretanto, o novo sistema permite que o próprio eleitor libere a urna para votação ao inserir suas digitais, o que deve dar mais agilidade na hora de votar. Até então, o mesário ficava encarregado da liberação.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a podem ocorrer falhas na identificação com o sistema biométrico. Isso porque as impressões digitais podem ser danificadas com uso de produtos químicos ou por problemas de descamação nas mãos.

Caso o sistema falhe ou haja dúvidas sobre a identidade do eleitor no dia da votação, o mesário terá um caderno de votação com os dados e foto do eleitor para checar as informações. Se o eleitor não for reconhecido nem pelo caderno de votação nem pelo sistema biométrico, não poderá votar e precisará justificar a ausência à Justiça Eleitoral.

Migração total em oito anos

O TSE estima que, daqui a oito anos, todos os eleitores brasileiros votem pelo sistema de identificação de digitais. A adaptação para o sistema biométrico deverá custar R$ 450 milhões, já que a média de gasto com a migração é de R$ 3 por eleitor. Em 2018, o TSE prevê que 150 milhões de brasileiros estejam aptos a votar.

Segundo o secretário de Tecnologia da Informação do tribunal, Giuseppe Janino, o gasto não é resultado da compra de novas urnas, uma vez que um terço das 450 mil usadas atualmente já tem o novo sistema e ele não é tão caro. “O valor vem do processo de recadastramento dos eleitores, que precisam adicionar suas impressões digitais e fotos ao banco de dados já existente na Justiça Eleitoral”, explica.

Neste ano, os únicos estados que não terão votação biométrica são Mato Grosso, Roraima e o Amazonas, além do Distrito Federal. “Os três estados não conseguiram atender às exigências que fizemos: que o recadastramento fosse realizado em cidades pequenas que já precisassem passar pelo processo de revisão do eleitorado. Além disso, pedimos que o recadastramento atingisse 100% do eleitores da cidade”, afirma Janino. No caso do Distrito Federal, a dificuldade foi a ausência de cidades pequenas para iniciar o processo de migração.

Os estados que terão mais municípios usando o novo sistema nas eleições deste ano são Alagoas e o Rio Grande do Norte, com 11 municípios participantes em cada, seguidos pelo Tocantins (sete), por Minas Gerais e Pernambuco (quatro em cada). São Paulo, maior colégio eleitoral do país, só terá o sistema biométrico na cidade de Nuporanga, localizada a 400 quilômetros da capital.

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