29/07/2010 - 18h52

Serra diz que termo 'troglodita de direita' não foi dirigido ao governo Lula

Andréia Martins
Do UOL Eleições
Em São Paulo

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse que ao usar o termo "troglodita de direita", ao se defender das acusações do assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, durante uma sabatina nesta quinta-feira (29), não estava se referindo diretamente ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Ao dizer 'troglodita de direita' eu não estava me referindo ao governo. Vocês podem não saber a definição de esquerda e direita, mas quem se diz de esquerda tem a obrigação de defender so direitos humanos. Eu quis dizer apenas que não confiaria em Ahmadinejad", disse o tucano na entrevista concedida após a sabatina no portal R7.

Nesta quarta-feira (28), Marco Aurélio Garcia, comparou o tucano a um “troglodita de direita" e disse que ele abandonou a esquerda. "Me parece um final melancólico da sua carreira política, porque eu acho que a sua carreira política terminará no dia 3 de outubro", disse Garcia. Em resposta, durante a sabatina, Serra disse que "troglodita de direita é quem apoia Ahmadinejad".

Ainda na entrevista, Serra voltou a dizer que seu interesse é no debate de ideias e que ainda não viu propostas concretas da adversária, a petista Dilma Rousseff, na campanha. "Ela diz que vai continuar o governo Lula, mas até aí, não conheço o programa dela", disse o tucano.

Com relação ao MST, apesar de durante a sabatina Serra ter questionado o caráter político e a classificação do movimento como sendo social, o candidato disse que a reforma agrária está no seu plano de governo e que terá uma relação "saudável" e irá tratar o movimento como "político".

Ao falar de política econômica e fiscal, Serra criticou a atual política do governo federal. "Para falar de taxa de juros é preciso analisar durante um período mais amplo. Mas a política fiscal do governo [Lula] foi feita de forma deasrticulada", disse ele, que também voltou a dizer que "não baixar os juros num contexto que não tinha inflação, que tinha deflação, simplesmente foi um erro".

Serra ressaltou que o Brasil foi o último país do mundo a reduzir os juros após o começo da crise econômica e disse que o país "poderia ter uma taxa menor".

O candidato também voltou a mencionar que os adversários espalham boatos sobre ele, como a ideia de que ele iria acabar com o Bolsa Família. Questionada sobre a suposta criação de uma equipe antiboatos, espalhada por alguns estados brasileiros, uma das assessoras de campanha do tucano declarou "não saber nada sobre o assunto".

Nesta quinta-feira, o jornal Folha de S. Paulo publicou reportagem afirmando que a campanha de Serra montou uma equipe com o objetivo de dissipar boatos contrários à candidatura tucana em todo o país. Segundo a matéria, a equipe conta com 15 pessoas, entre repórteres e cinegrafistas, que percorrem o país à procura de "boatos".

Antes de encerrar a entrevista, Serra disse que nos discursos entregues ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) estão todas as diretrizes do seu governo, divididas em metas. Uma delas, prometeu o tucano, é nacionalizar o programa "Mãe Brasileira", que presta atendimento a gestantes, tanto no acompanhamento da gravidez quanto na pós-gravidez.

 

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