22/07/2010 - 17h21

Em Porto Alegre, Serra volta a cobrar explicações sobre ligação do PT com as Farc

Clarissa Barreto
Especial para o UOL Eleições
Em Porto Alegre

O candidato à presidência José Serra (PSDB), em visita a Porto Alegre, cobrou nesta quinta-feira (22) uma resposta de Dilma Rousseff, candidata do PT, a uma possível ligação entre o partido e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias Colombianas). “O que ele falou foi uma banalidade, que o PT é ligado às Farc. Isto está mais do que demonstrado", disse Serra, em entrevista à Rádio Guaíba.

O comentário se refere a recentes declarações do vice de Serra, Indio da Costa, que declarou que o PT teria esta ligação. "Isso não significa que o PT faça narcotráfico. A Dilma deveria dar uma resposta", afirmou. Indagado sobre a quebra de sigilo bancário do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, cuja suspeita recai sobre uma funcionária da Receita Federal, Serra disse que a ação "é um crime e e deve ser passível de punição".

Questionado sobre liberdade de imprensa, Serra disse que é contrário a qualquer restrição e alfinetou Rousseff. "A minha posição de ontem, hoje e amanhã é a da liberdade total da imprensa. Não significa você estar sempre de acordo, mas o papel da imprensa é o da crítica, do controle, de divulgar as notícias. Ela (Dilma Rousseff) assinou com o presidente Lula um programa supostamente de direitos humanos que coagia, segurava, impedia a liberdade de imprensa. Foi de novo aprovado em um congresso do PT, tem registro na campanha eleitoral. A gente fica pensando qual a posição verdadeira", provocou.

Serra ainda disse que o MST apoia o PT para ampliar as invasões. "Lembra do MST? Ela (Rousseff) disse que o MST não devia invadir, que não ia usar chapéu do MST. No dia seguinte, usou chapéu do MST. Tem um líder do MST que disse que apoiaria ela, porque com isso poderia aumentar as invasões. E a gente sabe que o MST é mantido pelo governo, na verdade é um movimento político, reforma agrária é uma fachada", afirmou o tucano.

Serra disse ainda que o governo Lula foi o que mais deu continuidade a um projeto anterior. "Não tem ninguém no Brasil que tenha seguido o governo anterior mais que o Lula. A política econômica, o PT tinha votado contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e passou a usá-la, votou contra o Fundef e acabou apoiando, tinha votado contra falavam mal de privatizações, mas não reprivatizou nenha empresa. as bolsas, inclusive uma que eu criei, a bolsa alimentação, e a bolsa escola, eles não acabaram com elas, juntaram no Bolsa Família. teve uma linha de continuidade muito grande", disse.

O candidato teve hoje seu primeiro encontro com a governadora gaúcha e sua correligionária, Yeda Crusius, candidata à reeleição. Foi um encontro rápido no centro de Porto Alegre. A previsão era de que Crusius participaria de uma caminhada com o tucano, que encabeça as pesquisas de intenção de voto na região Sul, mas a governadora acabou desistindo, alegando que estava em "horário de expediente".

Cerca de 200 militantes acompanharam Serra em uma caminhada de 20 minutos pelo centro de Porto Alegre, passando pela rua dos Andradas, Borges de Medeiros e chegando ao Mercado Público. O candidato tucano entrou em uma agência da Caixa Econômica Federal e em duas farmácias, onde cumprimentou populares.

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