Pela primeira vez os três candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto ao governo gaúcho participaram do mesmo evento. José Fogaça (PMDB), Tarso Genro (PT) e Yeda Crusius (PSDB) participaram nesta quinta-feira (15) à noite de um evento da Granpal (Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre).
Primeiros a chegar, Genro e Crusius trocaram farpas em seus discursos. Fogaça falou por último, quando já não havia nenhum dos outros candidatos no local.
Genro foi o primeiro a discursar para a plateia de dezenas de prefeitos e servidores. Primeiro, fez uma crítica velada ao candidato do PMDB - exaltando que ele e Crusius apoiam candidatos à Presidência (respectivamente Dilma Rousseff, do PT, e José Serra, do PSDB).
Durante os 20 minutos de exposição, Genro ainda criticou o governo tucano no Rio Grande do Sul, dizendo que “o Estado não pode ficar de costas para o país”. “O Rio Grande do Sul precisa de uma agenda própria, não pode ficar de costas para o Brasil, ao largo das decisões do país. Atualmente, as intervenções que temos no Estado são intervenções que vêm do governo federal, importantíssimas. Mas é necessário que se tenha o movimento inverso, que o Rio Grande apresente sua agenda para o governo federal”, disse.
A governadora candidata à reeleição assistiu à exposição de Genro e fez anotações, mas quando chegou sua vez de falar, o candidato do PT já havia se retirado, alegando compromissos. José Fogaça, por sua vez, ainda não havia chegado ao evento.
Em seu discurso, Crusius citou parcerias com o governo federal, afirmando que o Estado foi o primeiro a assinar o contrato do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania). “Contra fatos não há argumentos”, disse diversas vezes. Na saída, perguntada se este seria um recado para o candidato do PT, Crusius disse que não, já que ele “não estava presente”. A governadora também se retirou após a fala.
Fogaça chegou atrasado e justificou a ausência com outra agenda de campanha. O peemedebista fez um discurso sem citar o governo estadual, nem o federal. Ao final do evento, questionado se a campanha não estaria polarizada entre PT e PSDB, Fogaça disse que não mudaria sua forma de atuar. “Nem sabia disso, ninguém me informou (sobre a troca de farpas entre Genro e Crusius). Mas tenho uma linha de apresentar propostas e não mudo por isso ou aquilo”, afirmou.