13/07/2010 - 16h33

Mercadante questiona processo contra Marta e critica lentidão na expansão do metrô

Diego Salmen
Do UOL Eleições
Em São Paulo

O candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, criticou nesta terça-feira (13) "a timidez e a lentidão" da gestão tucana na execução das obras do metrô na capital paulista. Em um almoço com empresários, Mercadante comentou também a ação de improbidade contra a sua correligionária e candidata ao Senado pelo PT, Marta Suplicy.

"Todo o cidadão é inocente até a condenação em última instância. É difícil achar um administrador que não tenha processo", afirmou. "O que eu me questiono é porque isso apareceu três meses antes das eleições, sendo que a gestão dela terminou há seis anos". O petista qualificou ainda de "muito grave" o afastamento do diretor de jornalismo da TV Cultura, Gabriel Priolli, após a exibição de uma matéria sobre pedágio em um telejornal da emissora.

Metrô


Em encontro com representantes da Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, realizado em um hotel na Zona Sul de São Paulo, Mercadante defendeu a expansão do metrô na capital paujlista. "A Cidade do México começou o metrô na década de 70, ao mesmo tempo que São Paulo. Hoje eles têm mais de 200 quilômetros de metrô e nos não chegamos a 70", afirmou. "Temos que ter uma meta ambiciosa. Chegar a 100 quilômetros de metrô em São Paulo nos próximos quatro anos. Não sei se é possível, mas podemos chegar pelos menos nos 90", disse.

Ele elegeu como prioritária a expansão das linhas amarela, lilás e laranja, além da criação de uma alça que ligue a linha vermelha, na altura da Penha, às linhas da CPTM.

O senador defendeu ainda a expansão da malha ferroviária em todo o Estado, e propôs a criação de linhas ligando Ribeirão Preto a Campinhas, Bauru a São Paulo e Sorocaba-São Paulo.

De acordo com o senador, essas são medidas fundamentais para desafogar o trânsito na capital paulista. "O paulistano fica 35 dias úteis parado no trânsito". O senador ainda prometeu duplicar a rodovia dos Tamoios, que liga o Vale do Paraíba ao litoral de São Paulo.

Investimentos

Diante de uma plateia de cerca de 250 empresários, o candidato petista defendeu uma "marcha para o oeste" para equilibrar o crescimento econômico entre a capital e o interior do Estado. "443 cidades de São Paulo têm somente 5% do PIB estadual. Temos que mudar de patamar", disse Mercadante sobre a necessidade de aumentar o investimento público de acordo com o crescimento da economia.

O senador atribuiu a desigualdade econômica do Estado a problemas como a migração para as periferias de São Paulo e Campinas e queda demográfica em cidades do interior. "Tem que ter uma política fiscal para cada região, com a desoneração dos investimentos. Também é preciso criar conselhos de desenvolvimento econômico e social para aumentar a autonomia de cada região", disse.

O petista criticou a privatização de bancos estatais pelos sucessivos governos do PSDB. "Gostaria de ter ainda o Banespa e Nossa Caixa como instrumento de fomente ao desenvolvimento", disse.

Pesquisas

Questionado sobre a vantagem de Geraldo Alckmin (PSDB) nas pesquisas de intenção de voto, Mercadante elencou como vantagens na sua campanha "uma maior aliança com 11 partidos". Ele atribuiu a dificuldade do PT em conseguir votos em São Paulo à "máquina de governo muito forte" do PSDB. "Se a imprensa der o espaço que a eleição de São Paulo merece, acho que podemos ter um crescimento muito rápido nas pesquisas", afirmou.

Educação e economia

Mercadante voltou a defender a política de aprovação continuada no ensino estadual apontando um "sistema educacional que não avalia, não ensina", criticou.

O petista disse também que, se eleito, irá desonerar do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) as indústrias instaladas em ZPEs (Zonas de Processamento de Exportação) e que, em uma eventual gestão sua, a nota fiscal paulista, criada pelo ex-governador José Serra (PSDB), será usada para "diminuir a carga tributária, e não para aumentar, como no governo PSDB".

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