Promotor do caso Richthofen confirma candidatura a deputado estadual pelo PTB

Depois de 26 anos de vida pública, o promotor Roberto Tardelli, conhecido pela atuação no caso Richthofen, confirmou que será candidato a deputado estadual, em São Paulo, pelo PTB. A confirmação foi feita nesta segunda-feira (12), via Twitter.

Segundo o promotor, a candidatura foi motivada pela "necessidade de tentar fazer algo mais geral". "Por mais que você faça na Justiça e em outros meios, em alguns casos é preciso lutar em um nível acima", disse Tardelli ao UOL Eleições.

"[A candidatura] Foi uma reflexão que levou muito tempo. Não tinha filiação partidária, mas desde a eleição anterior tinha vontade de disputar. Achei que não era hora, pois tinha outras coisas para resolver", completou o promotor.

A escolha pelo PTB veio depois de um convite do secretário-geral do partido, o deputado estadual Campos Machado. “É um partido pequeno, onde as pessoas são mais iguais. Estou me sentindo à vontade no PTB”. Com relação à corrida presidencial, Tardelli seguirá a orientação da legenda. "O partido fechou com Serra, eu fecho com Serra", disse.

Se eleito, Tardelli disse que suas principais propostas são tentar ampliar a defesa dos direitos humanos e a segurança do consumidor, especialmente em relação aos produtos mais consumidos no dia a dia. Outra bandeira é estabelecer políticas que aumentem "a proteção e dignidade de crianças e adolescentes, sem paternalismo e policialismo".

"O maior problema é que esse segmento vive às circunstâncias de cada governo", diz o promotor que já atua na área há anos, no Movimento de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, ONG voltada ao atendimento de crianças e adolescente vítimas de maus tratos e abuso sexual.

Para a campanha, Tardelli diz apostar na internet e, discretamente, na popularidade obtida com o caso Richthofen. “Não vou me exibir, colocar no currículo que fui promotor do caso, isso seria capitalizar uma tragédia, mas também não vou esconder”, disse.

Tardelli ficou conhecido nacionalmente pela sua atuação no caso Suzanne von Richthofen. Ela e os irmãos Cristian e Daniel Cravinhos foram condenados pelo assassinato dos pais dela, Marísia e Manfred Von Richthofen, em outubro de 2002. Suzane e Daniel foram condenados a 39 anos de reclusão e seis meses de detenção. Já Cristian foi condenado a 38 anos de reclusão mais seis meses de detenção.
 

UOL Celular