08/07/2010 - 07h00

Ricardo Young (PV-SP) critica mudanças no Código Florestal e diz que pré-sal pode ser um risco para o Brasil

Andréia Martins e Rafael Spuldar
Do UOL Eleições
Em São Paulo
  • O candidato ao Senado pelo PV-SP, Ricardo Young, em entrevisa na redação do UOL

    O candidato ao Senado pelo PV-SP, Ricardo Young, em entrevisa na redação do UOL

Em entrevista ao UOL Eleições, o candidato ao Senado pelo PV-SP, o empresário Ricardo Young, criticou o novo Código Florestal e abordagem dada pelo governo federal ao pré-sal. Young chamou de "absurdo" as alterações propostas pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) no Código Florestal, aprovadas pela Câmara Federal. “É um absurdo, e teria que revogar a Lei das Mudanças Climáticas, pois entra em choque com diversas posições”, disse.

Com relação ao pré-sal, o candidato se disse a favor, mas não da forma como vem sendo abordado. “A Marina justifica que o pré-sal é uma reserva de recursos adicionais para que a gente resolva outros problemas como saúde, educação. Mas isso terá um custo para o Brasil”, disse.

“Nós vamos substituir a energia fóssil pela renovável e investir R$ 200 bilhões numa indústria do século passado. (...) Selamos nosso destino: um modelo de desenvolvimento atrasado e que pode deixar o País endividado”, criticou Young. “Da forma que está, [o pré-sal] é mais um risco para o Brasil”.

Ao contrário do que pensa a candidata Marina Silva, Young acredita que uma constituinte exclusiva para a reforma política deveria ser uma segunda alternativa. Para ele, Marina pode fazer alianças para construir um pacto político, em prol da reforma. "Se não conseguirmos isso no primeiro ano, aí uma constituinte exclusiva será necessária”.

Questionado sobre voto em lista, Young declarou que é "uma boa ideia na teoria". "Só seria possível com uma reforma política que reforme os partidos e garanta que o ‘caciquismo’ não vá imperar”.

Político de primeira viagem

Ricardo Young nunca havia se filiado a nenhum partido político. Chegou ao Partido Verde com o amigo e também empresário Guilherme Leal, vice na chapa de Marina, no final de 2009. Segundo ele, sua campanha terá como objetivo “tornar as propostas de Marina conhecidas e mostrar a possibilidade de renovação”, além de consquistar os votos necessários para se eleger.

Young reforçou preocupação com o voto para o legislativo e para o Senado, os mais importantes nessas eleições segundo ele. “Queremos romper a fixação da população e da mídia pelos candidatos à Presidência e mostrar o que há de novo nas outras candidaturas”, disse.

“As grandes reformas não saíram porque os grandes interesses é que imperaram. Por isso eu digo, demita o candidato”, disse o verde, pedindo que o eleitor aproveite a chance de renovar os nomes do Congresso nas próximas eleições.

No Estado, sem apresentar propostas mais concretas, o empresário acredita que “São Paulo tem condições de liderar uma revolução na economia, com políticas na direção da sustentabilidade"

“Não interessa o crescimento do PIB. Isso é acúmulo de atividade econômica. Isso é qualidade de vida?”, disse ao comentar que as classes C e D aumentaram seu poder de consumo, mas têm menos acesso a serviços como saúde, educação e segurança.

Ética

Questionado se as alianças do PV para as eleições de outubro com siglas mais tradicionais da política, Young disse que isso não atinge o seu partido.

“É preciso diferenciar ética na política de política de alianças. Nem todas as alianças são éticas. As eleitoreiras não são, as programáticas sim. Mas essa questão [da ética] é fundamental para nós. A Marina é nosso maior exemplo disso e de que, em alguns momentos, por isso, teremos que recuar”.

Young elogiou a lei do Ficha Limpa.  “Foi um passo gigantesco. Mas acho que agora Justiça precisa se entender”, disse referindo-se à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que suspendeu os efeitos da Lei da Ficha Limpa para o senador Heráclito Fortes (DEM).

“Até reconheço as qualidades do Heráclito, mas a gente sabe como se faz política no Nordeste. Com a decisão, ele dá a mensagem de que os caciques estão acima da lei”, disse.

Compartilhe:

    Sites relacionados

    Siga UOL Eleições

    Hospedagem: UOL Host