07/07/2010 - 18h04

Anão do orçamento tenta voltar à Câmara dos Deputados após renúncia há 17 anos

Heliana Frazão
Especial para o UOL Eleições
Em Salvador

Dezessete anos após renunciar ao mandato de deputado federal para fugir de um processo de cassação, o ex-líder do PMDB na Câmara, Genebaldo Correia, tenta este ano retornar à cena política nacional com um mandato parlamentar. Ele concorrerá a uma vaga na Câmara, ainda pelo PMDB. Genebaldo foi acusado de integrar a "máfia" do Orçamento, que ficou mais conhecida como a máfia dos “anões do Orçamento”, em 1993.

Antes de se submeter à avaliação popular, porém, Genebaldo terá que se desvencilhar da lista de inelegíveis do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) da Bahia, onde seu nome foi incluído, em razão de contas não aprovadas relacionadas ao período em que foi prefeito do município de Santo Amaro da Purificação (a 70 Km de Salvador), entre 2001 e 2004.

Genebaldo contesta a inclusão de seu nome e garante que a condenação do TCM não passa de um parecer prévio, já que a Câmara de Santo Amaro aprovou suas contas e não há registro de ilegalidade. “Deve se tratar de algum equívoco, que logo será esclarecido”, disse, na certeza de continuar na disputa eleitoral.

A recente lei conhecida como Ficha Limpa, veda por oito anos o direito a elegibilidade a candidatos com contas rejeitadas por corte de contas, desde que por danos insanáveis e incorrigíveis. “Estou absolutamente tranquilo quanto ao registro de minha candidatura, porque não há nada que impeça a sua concessão”, afirma.

Com relação ao episódio dos Anões do Orçamento, ele diz que jamais houve qualquer condenação contra ele em instância alguma da Justiça.

O ex-deputado e ex-prefeito é apontado por alguns correligionários como um dos nomes do PMDB mais cotados para assumir uma vaga na Câmara. Ao longo desses anos de afastamento, ele tem mantido uma forte atividade política de bastidor. Ao final do mandato como prefeito de Santo Amaro - ele não concorreu à reeleição - assumiu a secretaria geral do partido na Bahia. Atualmente é o terceiro vice-presidente.

Ele garante também que não tem arrependimentos e tem o caso dos anões do orçamento como página virada. Diz que a sua vocação política permanece, por isso continua querendo contribuir com o partido e o seu município. Genebaldo se diz ainda sem constrangimentos com relação a uma eventual volta ao palco do episódio que marcou a sua vida política, a Câmara dos Deputados.

“Sempre que vou a Brasília, sou acolhido com carinho e respeito por todos no Congresso”, afirmou.

Ele explica que o fortalecimento do PMDB, partido no qual milita por cerca de 30 anos, nas eleições municipais de 2008, fazendo 115 prefeitos, criando a perspectiva de a legenda lançar candidatura própria para o governo do Estado, o motivou a se candidatar este ano.

“Existe uma questão importante a ser resolvida no Congresso, que é a reforma política, e acho que posso dar minha contribuição nesse processo”, disse.

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