Yeda falta a debate no RS; Fogaça e Tarso ''colam'' imagem em Lula

Terceira colocada nas pesquisas de intenção de voto, a governadora gaúcha e candidata à reeleição Yeda Crusius (PSDB-PP-PPS-PRB-PHS-PTN-PTdoB) não compareceu ao primeiro debate entre os candidatos ao Executivo do Rio Grande do Sul, promovido pela rádio Gaúcha. Participaram os candidatos José Fogaça (coligação PMDB-PDT), Tarso Genro (PT-PSB-PCdoB-PR-Pátria Livre) e Pedro Ruas (PSOL). Para sua ausência, Yeda alegou compromissos previamente agendados - na agenda oficial do governo, o único compromisso registrado são reuniões internas às 14h.

Em sua apresentação, Ruas disse que foi informado por tucanos de que Yeda não participaria de debates em que o candidato do PSOL estivesse presente. “Lamento profundamente esta fuga da governadora Yeda Crusius”, comentou. Além de críticas a governadora, o debate também foi marcado por tentativas do candidato petista de “descolar” a imagem do oponente do PMDB do governo Lula. Já Fogaça fez diversas referências a acertos do governo federal, apesar de o PMDB ter decidido permanecer “neutro” em relação à campanha federal no Estado, pois muitos peemedebistas apóiam a candidatura de José Serra (PSDB).

Perguntados sobre uma polarização da política gaúcha entre situação e oposição, Genro reclamou de uma oposição agressiva nos dois primeiros anos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. “Mas o governo não só superou como colocou o país em posição de destaque e também retomou o crescimento e a distribuição de renda. Essa lição deve ser aprendida pelo Rio Grande do Sul”, comentou. Fogaça fez referência a uma relação amistosa com o presidente Lula. “Quando começou o governo Lula e aconteceu este momento registrado por Tarso como intolerância, assumi também a prefeitura de Porto Alegre. Procurei o presidente e dali surgiu uma parceria”, afirmou.

Ao falarem sobre projetos em educação, Genro e Fogaça citaram o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) para ampliar os investimentos e também comentaram que pretendem ouvir os professores sobre quaisquer mudanças a serem implementadas na educação estadual. Após a resposta de Fogaça, o mediador do debate, o jornalista André Machado, agradeceu a Tarso Genro, mas logo se corrigiu. O candidato petista não perdeu a deixa e comentou: “as respostas dele estão muito parecidas, então ele confundiu".

Em um dos momentos de comentário livre - um minuto para cada candidato -, Genro alfinetou Fogaça. “Nós representamos o projeto do presidente Lula para o Estado. Me causa até certa estranheza é o apoio do candidato Fogaça à nossa companheira Dilma (Rousseff, candidata do PT ao governo federal). Me entusiasmei, porque o candidato Fogaça fez várias referências ao governo Lula e esperamos contar com o apoio".

Fogaça replicou que sempre teve uma relação respeitosa com Lula e que não iria “esconder isso”. “Não foi hoje nem ontem que procurei o presidente para estabelecer uma relação federativa, respeitosa e favorável aos interesses da cidade. Sempre tive a melhor resposta possível, e não vou esconder isso.” Já Ruas preferiu destacar as diferenças entre sua candidatura e as demais. “Nossos concorrentes, digo respeitosamente a respeito de Tarso e Fogaça, têm a mesma chapa majoritária. Um do PT de Lula, outro do PMDB de Temer (Michel Temer, candidato à vice-presidência na chapa de Rousseff)".

No começo da tarde, os candidatos fazem seus primeiros atos de campanha. Genro fará uma caminhada pelo Centro de Porto Alegre com a candidata à presidência do PT, Dilma Rousseff; Fogaça terá um encontro com correligionários no bairro Restinga; e Ruas irá participar de um ato do PSOL também no Centro.

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