30/06/2010 - 13h09

Sem coligações, candidatura do DEM no DF depende da vontade do candidato

Camila Campanerut
Do UOL Eleições
Em Brasília

O escândalo de corrupção no governo do Distrito Federal, que ficou conhecido como “mensalão” do DEM, acabou por minar a possibilidade do partido em formar coligações para a disputa do governo local. No entanto, o novo presidente regional da legenda, o senador Adelmir Santan, avaliou que a decisão em ter um candidato ao Palácio do Buriti depende do “esforço e da vontade” do único pré-candidato, o deputado federal Alberto Fraga.

“Ele [Alberto Fraga], desde a crise, disse que queria ser candidato. Deixamos, então, que ele buscasse agregação ao partido. A decisão sobre a confirmação da presença dele na disputa eleitoral é da Executiva, mas é o candidato [Fraga] que vai dizer se vai manter ou não sua intenção [de se lançar candidato]”, afirmou Santana.

O senador se mostrou pouco confiante de que o partido tenha condições de fazer sombra à disputa entre o candidato petista, o ex-ministro dos Esportes, Agnelo Queiroz, e o candidato do PSC, Joaquim Roriz, que teve quatro mandatos como governador do DF.

Na opinião de Alberto Fraga, a primeira e maior perda foi a do apoio do PMDB, que terá o presidente regional, o deputado federal Tadeu Filipelli, como vice da chapa petista.

“Historicamente, PT e PMDB eram oposição aqui em Brasília. Agora, estão coligados. [risos] Outra grande decepção foi a retirada de apoio do PPS e ainda do PSDB, que em nível nacional, somos coligados”, afirmou o pré-candidato.

Para Fraga, a crise do DEM no Distrito Federal é “coisa do passado” e a candidatura dele seria uma “terceira via” no cenário eleitoral regional. “Não temos tempo para uma reviravolta. Mas eu não tenho medo de enfrentar um bloco competitivo. Tentei contato com três partidos menores, mas alguém passou a mala maior... [risos] ... a minha era pequena e vazia”, disse o deputado, em tom de brincadeira.

Na Câmara Legislativa do Distrito Federal, os três deputados distritais da legenda em exercício tentam a reeleição: Eliana Pedrosa, Paulo Roriz, Raad Massouh.

Relembre o que foi o mensalão do DEM no DF

A Operação da Polícia Federal, batizada de Caixa de Pandora, descobriu o envolvimento de servidores e prestadores de serviços do governo do Distrito Federal em pagamentos de propinas, fraudes em licitação, desvio de verbas públicas, entre outros crimes.

O escândalo resultou na cassação do ex-governador José Roberto Arruda (ex-DEM, sem partido), a renúncia do vice-governador Paulo Octávio (ex-DEM, sem partido), a renúncia do presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente, (ex-DEM, sem partido) e a recente cassação do mandato da deputada distrital Eurides Brito (PMDB).

Atualmente, o Palácio do Buriti é ocupado por Rogério Rosso (PMDB), escolhido em eleição indireta pelos deputados distritais, dentre eles, oito foram citados na investigação da Polícia Federal – que anunciou o esquema de irregularidades. O secretariado da gestão anterior foi substituído.

Na ocasião, o DEM obrigou seus filiados que participavam do governo Arruda escolher entre sair de seus cargos ou da legenda. No caso de Arruda, Octavio e Prudente, eles anunciariam a desfiliação antes que a legenda os expulsassem.

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