30/06/2010 - 21h23

PSL lança candidatura do "ficha suja" José Carlos Gratz no ES

Isabela Bessa
Especial para o UOL Eleições
Em Vitória

Apontado como cabeça de um esquema que desviou R$ 26,7 milhões da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, segundo o Ministério Público Estadual, o ex-deputado José Carlos Gratz foi lançado nesta quarta-feira (30) candidato ao governo do Estado pelo PSL. Apesar disso, Gratz disse ter convencido a legenda para confirmar seu nome para a disputa ao Senado. Ele sustenta que a agremiação é pequena e não tem condições de competir com as candidaturas já colocadas para o Executivo. Na convenção, realizada hoje, o PSL formalizou aliança com o PRTB e o PSDC.

Gratz responde a mais de 150 ações criminais e de improbidade administrativa no Judiciário local e está fora da política desde a cassação de seu mandato em 2002 pela Justiça Eleitoral, em virtude da realização de um asfaltamento considerado irregular e abusivo no município de Vila Velha.

O ex-parlamentar também tem contra si duas condenações do TJ-ES (Tribunal de Justiça do Espírito Santo), portanto, colegiadas, o que o caracterizaria como um "ficha suja". Um dos processos está relacionado à contratação de seguro superfaturado da Assembleia, enquanto o outro se refere ao pagamento de propina a um delegado para a liberação de equipamentos eletrônicos de bingo. De acordo com a lei da Ficha Limpa, ficam inelegíveis políticos com esse tipo de condenação.

Confiante, ele acredita que conseguirá participar do pleito e se diz vítima de perseguição. "No Espírito Santo, todo mundo fala de ficha limpa. Eu quero é ver alguém mostrar alguma coisa suja na minha vida. Essas decisões são todas montadas, armadas. Sou inimigo do governador Paulo Hartung (PMDB) e sou perseguido por isso, já que ele domina o Judiciário, o Ministério Público e tudo mais nesse Estado. Não tenho nenhum processo transitado em julgado e quando isso acontecer não vão encontrar nada contra mim", disse Gratz, acrescentando que responde a diversas ações pela mesma acusação.

Na última semana, Gratz se tornou o primeiro político a questionar a constitucionalidade e a aplicação da lei da Ficha Limpa no STF (Supremo Tribunal Federal), ao requerer ainda que a Corte expedisse ofício ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) para garantir sua participação no processo eleitoral. O mandado de segurança foi encaminhado para o julgamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas ainda não foi julgado. O ex-parlamentar capixaba pretende obter uma liminar que garantirá o registro de sua candidatura.

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