27/06/2010 - 15h10

Na Bahia, Dilma não comenta crise entre PSDB e DEM; Wagner compara candidata à Irmã Dulce

Heliana Frazão
Especial para o UOL Eleições
Em Salvador

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, recusou-se a comentar, neste domingo (27), em Salvador, a crise interna entre PSDB e DEM em torno da indicação do nome que comporá a chapa majoritária como vice do candidato da oposição, José Serra (PSDB).

Em entrevista coletiva concedida ao chegar ao Centro de Convenções da Bahia, onde participou da convenção estadual do PT, Dilma afirmou que “não é correto” se manifestar a respeito da chapa de oposição. “Cada campanha tem as suas características, a minha é da aliança. A deles, o que eles acharem que deve ser. Não vou me manifestar sobre a chapa do adversário.”

O evento, que segundo a organização reuniu cerca de 3.000 delegados e militantes, homologou a candidatura do governador da Jaques Wagner à reeleição; do seu vice, Otto Alencar (PP); dos candidatos ao Senado, Walter Pinheiro (PT) e Lídice da Mata (PSB); além das candidaturas de deputados federais e estaduais.

Esta foi a segunda visita de Dilma ao Estado em menos de uma semana. Na segunda-feira (22) ela prestigiou o lançamento da candidatura de Geddel Vieira Lima (PMDB) ao governo do Estado.

Embora divida a chapa majoritária com o PMDB, de Michel Temer, seu vice, a candidata petista não conseguiu reunir as duas legendas na Bahia e terá que subir em dois palanques nessas eleições. Dilma tem afirmado que se sente à vontade para circular entre os dois candidatos adversários, mas referiu-se a Wagner como “um irmão de alma e do mesmo projeto do presidente Lula e de transformação da Bahia”, num discurso bem mais inspirado que o proferido na convenção do PMDB.

A candidata recusou-se também a falar sobre o seu crescimento nas pesquisas, ou uma eventual vitória em primeiro turno. Dilma, inclusive, fez referência às eleições para a Prefeitura de São Paulo em 1985, quando o candidato Fernando Henrique Cardoso, a pedido de fotógrafos, posou para fotos sentado na cadeira do prefeito dias antes do pleito. A foto acabou sendo publicada na véspera da eleição. A iniciativa foi desaprovada pelo eleitorado, e FHC acabou derrotado por Jânio Quadros.

“Não é bom datar o dia da vitória, é preciso esperar a eleição, ver como tudo se comporta. Não é prudente sentar antes na cadeira, nem usar salto alto. Quem sentou antes perdeu a eleição. Aliás, a cadeira foi até desinfetada. Por isso evito fazer prognósticos. Espero o resultado que o povo vai nos oferecer”, disse.

Comparação com Dulce e Quitéria

Em resposta àqueles que a vêem como uma sombra do presidente Lula, Dilma disse que é uma mulher comum, mas com capacidade para governar o País. “Sou assim, bem igualzinha a qualquer mulher, porque nós podemos ser aquilo que quisermos”. A candidata afirmou ainda ter capacidade de decisão e de escolha. “Todo o mulherio do nosso País é capaz, sempre sabem decidir”, disse.

Jacques Wagner foi além e comparou Dilma a duas mulheres referências na Bahia: Maria Quitéria e Irmã Dulce. Para o candidato baiano, a petista é tão guerreira quanto a heroína da independência da Bahia (Quitéria) e tão generosa quanto a freira venerada pelos baianos (Dulce).

Wagner prometeu colocar todos os movimentos sociais e sindicais do Estado trabalhando em favor da vitória da petista. “Estão todos engajados na campanha”, disse. “Você já tem mais voto do que eu, na Bahia, e, juro que não me incomodo, porque nós queremos ganhar no primeiro turno. Queremos botar de frente para você entre 1,7 milhão e 2 milhões de votos”, afirmou.

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