18/06/2010 - 13h40

Heloísa Helena diz que foi usada pelo PSOL e que não fará o "sacrifício" de apoiar Plínio

Carlos Madeiro
Especial para o UOL Eleições
Em Maceió

A presidente nacional do PSOL, Heloísa Helena, oficializou nesta sexta-feira (18), em Maceió, sua candidatura ao Senado por Alagoas. Apesar do clima festivo da convenção, a vereadora da capital alagoana não poupou críticas a integrantes da direção nacional do partido que comanda, e afirmou que foi “usada pelo PSOL” quando foi candidata à presidência da República em 2006.

“Objetivamente, a cota de sacrifício que poderia dar ao partido nacionalmente eu já dei, quando abri mão de um mandato, fui candidata à presidência e fui usada pelo PSOL. Agora é a vez de me dedicar ao povo de Alagoas”, disse, ao ser questionada se iria dar apoio a candidatura de Plínio de Arruda Sampaio à Presidência, como decidiu o seu partido.

Questionada se estaria arrependida de ter aberto mão da disputa ao Senado em 2006, Heloísa criticou integrantes do partido. “Para mim foi uma honra ser a primeira mulher na política brasileira a disputar uma eleição presidencial. Ainda mais sendo filha de família pobre do sertão de Alagoas. Mas foi um sacrifício eleitoral. Objetivamente, e para não ser cínica, afirmo que alguns da direção nacional não mereciam esse sacrifício”, afirmou, sem citar nomes.

Marina, "candidata do coração"

Durante a conveção partidária, Heloísa voltou a elogiar a candidata do PV à presidência, Marina Silva, e disse que “ela é a candidata do meu coração”. “Todos sabem, porque não sou hipócrita nem dissimulada, que o meu partido tem um candidato. Mas eu não vou negar a importância que Marina tem, não apenas pessoalmente, no meu coração, mas por ser a grande chance que o Brasil tem de promover um debate sério sobre o desenvolvimento econômico sustentável com responsabilidade social”, afirmou.

Na última sexta-feira (11), Heloísa acompanhou Marina Silva durante visita a Maceió e chegou a tirar fotos ao lado da candidata do PV, o que gerou críticas da direção do PSOL. Na ocasião, Heloísa chegou deixou claro o racha do partido ao dizer que não iria a convenção nacional do PSOL, marcada para o dia 30 de junho, em São Paulo, que deve ratificar a candidatura de Plínio de Arruda Sampaio à presidência.

Apesar de ser a presidente nacional e maior estrela do partido, nesta sexta-feira o site oficial do PSOL não traz nenhum referência à convenção partidária de Alagoas que lançou a candidatura de Heloísa Helena ao Senado.
Repetindo o mesmo discurso da candidata do PV, Heloísa ainda disse nesta sexta-feira que é preciso fugir da polarização do debate entre Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB). "São duas faces de uma mesma moeda, de um projeto de desestruturação dos parques produtivos e ausência de políticas públicas sociais. Esperamos que não haja a farsa vulgar de polarizar esse debate entre PT e PSDB, já que são candidaturas que representam um mesmo projeto neoliberal no país”, analisou.

"Máquina de moer gente"

Heloísa Helena projetou o cenário que espera encontrar na campanha eleitoral que terá pela frente em Alagoas. “Eu vou enfrentar uma maquina de moer gente, sonho e dignidade. Vamos enfrentar candidatos poderosíssimos, riquíssimos, criminosíssimos e ladroníssimos. Precisamos contar com os anjos para nos dar a força necessária para driblar todos os obstáculos e adversidades que vamos enfrentar em Alagoas”, afirmou.

A convenção do PSOL no Estado ratificou também o nome o presidente do diretório estadual, Mário Agra, como candidato ao governo do Estado, além de mais 47 nomes que vão concorrer aos cargos de deputados federal e estadual nas próximas eleições pelo partido.

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