17/06/2010 - 12h42

Pistoleiro é preso, e não o mandante, diz Álvaro Dias sobre dossiê; Genoino rebate

Camila Campanerut
Do UOL Eleições
Em Brasília

O senador tucano Álvaro Dias (PR) demonstrou indignação nesta quinta-feira (17) diante do depoimento do ex-delegado Onézimo Souza, reafirmando que recebeu proposta para fazer um dossiê do PT contra o pré-candidato do PSDB à presidência, José Serra. Já o deputado federal José Genoino (SP) desconsiderou que o depoimento envolvesse a equipe petista e rebateu as declarações de Dias, chamando-as de eleitoreiras.

“O crime existe, mas não existe um criminoso. Agora que se pretende dizer que os responsáveis não são responsáveis. Vai pra cadeia o pistoleiro. O mandante, não. Isso precisa acabar”, disse Álvaro Dias, ao final do depoimento de Souza à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência no Congresso Nacional (CCAI).

“Isso aí é politização do senador, ele é da oposição e ele quer fazer tempestade em copo d’água", afirmou Genoino. Isso são frases de efeito que não tem a menor base na realidade. Não tinha ninguém do PT, que se relaciona com o delegado Onézimo. Não teve contato com [ex-prefeito petista de Belo Horizonte] Fernando Pimentel]. Não teve dossiê. Isso é espuma onde não tem verdade. Então, estão transformando esta comissão num palco pré-eleitoral”, disse o deputado.

Onézimo Souza disse ter tido um encontro com o jornalista Luiz Lanzetta, que representaria o ex-prefeito petista de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, o empresário Benedito Oliveira Neto, o Bené, supostamente responsável por fazer os pagamentos, e o jornalista Amaury Ribeiro Júnior, entre abril e maio. O encontro teria sido intermediado pelo ex-oficial da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo.

Na reunião, foram oferecidos R$ 160 mil por mês, em um período de dez meses, pelo serviço de proteção do comitê da candidata e tentativa de descobrir por quem vazavam informações de dentro do PT, além da investigação sobre o pré-candidato tucano, José Serra, o coordenador da campanha de Dilma e deputado federal Rui Falcão (PT-SP) e o ex-secretário de Marta Suplicy, Valdemir Garreta.

Antonio do Santos Junior, que afirmou ser advogado de Lanzetta, disse que seu cliente entrará com um ação contra o ex-delegado pelas "inverdades" ditas pelo ex-delegado.

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