16/06/2010 - 13h29

Marina diz que talvez não dê para reduzir impostos e promete não aumentar

Carlos Bencke
Do UOL Eleições
Em São Paulo

A candidata do PV à Presidência da República disse, nesta quarta-feira (16) durante sabatina promovida pela Folha de S.Paulo e pelo UOL, que não vai cair no populismo de campanha e dizer que vai reduzir impostos. Segundo ela, existem muitos impostos no Brasil e eles deveriam ser unificados.

"Há um grande número de impostos, uma fragmentação. Há uma demanda de que aja uma unificação”, disse. "Talvez não dê pra dizer 'vamos reduzir impostos' [...] Mas dá pra dizer que não vamos aumentar".

"Lula não precisa de um continuador"

Marina defendeu uma reforma tributária que seja capaz de mobilizar o cidadão e o empresariado e que ultrapasse modelos anteriores que chamou de Estado fiscalizador. “A gente precisa associar a ideia de reforma tributária [...] a um Estado mobilizador. Um estado que seja capaz de gerar oportunidades a todos os setores”, afirmou.

Em seguida, a senadora comprometeu-se a mobilizar a base de um eventual governo do PV para aprovar a reforma tributária no Congresso Nacional. O assunto se arrasta há anos em Brasília.

No plano econômico, Marina reafirmou o compromisso de manter o tripé de sucesso alcançado pelos últimos governos: o câmbio flutuante, a autonomia do Banco Central – “uma autonomia não institucionalizada, e ajuda a evitar o que ocorreu recentemente na Argentina“, explicou – e a meta da inflação.

Meio ambiente

Perguntada sobre os motivos de seu rompimento com o governo Lula por divergências com a então chefe da Casa Civil e hoje candidata do PT ao Planalto, Dilma Rousseff, a ex-ministra do Meio Ambiente disse que não gostaria de comentar bastidores da decisão. “Minha saída foi a maior explicitação das divergências”, disse.

Marina lembrou sua atuação quando defendia uma política de implantação dos transgênicos no Brasil. Segundo ela, o país perdeu a oportunidade de ter um diferencial competitivo em relação a outros países, como os EUA, ao não implementar as plantações de transgênicos de forma coexistente.

"Nós no Brasil deveríamos ter um modelo de coexistência. Uma área com trangênicos e outra sem transgênicos. [...] Deveria haver garantias de que as plantações sem transgênicos não fossem contaminadas", defendeu. “A legislação hoje é tão permissiva que não tem como voltar atrás”.

Marina comenta candidaturas de rivais

Irã

Ao comentar a aproximação do Brasil com o Irã, especialmente o acordo de cooperação estabelecido entre os países, Marina pediu cautela. Para ela, o diálogo é bem vindo, mas é preciso estar atento na fala com um país que “sonha com a bomba atômica”. Apesar das ressalvas com relação ao Irã, a senadora afirmou que o presidente Lula avançou no estreitamento com outros países, especialmente com os africanos, e que em seu governo, isso será mantido.

Internauta deixa Marina em saia justa

Uma das perguntas enviadas por internautas à senadora questionava a sua “aparência informal”, enquanto os outros candidatos, Dilma e Serra, vêm fazendo mudanças no visual. Rindo da pergunta e levemente desconcertada, Marina disse que a jovem se esforçou para ser simpática e que ela também está tentando investir mais no visual.

“Eu sempre brinco que sou meio tribal. Acho que cada um vai tentar se vestir do jeito que se sentir melhor", diz Marina Silva ao ser questionada sobre mudança na aparência dos candidatos. "Eu fiz alterações. Olhem meu coque. Ele está muito mais produzido”, disse.

Saiba o que Marina pensa sobre:

Adoção por casais gays
''Não tenho uma opinião formada sobre a adoção de crianças por homossexuais [...] Minha tendência é sempre ficar do lado da criança''
Descriminalização das drogas
"Sou contra, mas não satanizo quem é a favor''
Pena de morte para determinados crimes
"Não sou favorável à pena de morte, sou favorável à vida".
Candidaturas avulsas
Marina diz que é inteiramente favorável a candidaturas avulsas
Esquerda
''Tenho mais a prática do que o discurso de esquerda''
PSDB x PT
Marina disse que não é generosa, nem condescendente com os adversários
Quem apoiaria no 2º turno
''Eu só discuto no segundo turno. Obviamente com quem não for para o segundo turno comigo.''
Reeleição
Favorável a ampliação para cinco anos e ao fim da reeleição
Parlamentarismo ou presidencialismo
''Minha posição no plebiscito foi a favor do parlamentarismo''
União civil dos gays
''Sou contra o casamento gay. Mas defendo os direitos civis''
Aborto
''Sou contra e defendo um plebiscito''
Financiamento de campanha
''Sou favorável ao financiamento público de campanha. Pode até ser misto''

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