01/06/2010 - 10h49

Marina se diz "não favorável" ao casamento gay e propõe plebiscito sobre maconha

Do UOL Eleições
Em São Paulo

Em entrevista para o UOL Eleições, a presidenciável Marina Silva (PV) se disse "não favorável" ao casamento gay e afirmou não ter posição fechada sobre a adoção de filhos por casais homossexuais. A senadora revelou que não irá à Parada Gay, que será realizada em São Paulo no próximo fim de semana.

Além disso, Marina reiterou ser contra a legalização da maconha como forma de combater o tráfico de drogas no país e propôs dois plebiscitos; um para discutir a legalização da droga e outro sobre o aborto. "Precisamos fazer um debate sério, estaremos fazendo uma grande discussão que envolve saúde pública, ética, assuntos morais", disse.

"Em relação à adoção de filhos (...) eu não tenho uma posição fechada. A Justiça vem se pronunciando, nós temos um grave problema social em relação a essas crianças. Eu não tenho competência técnica para ter um olhar em relação a essa questão", disse a pré-candidata. "O casamento é uma instituição entre pessoas de sexos diferentes, uma instituição que foi pensada há milhares de anos para essa finalidade. Eu não tenho uma posição favorável", afirmou Marina, sobre o casamento entre homossexuais. "Isso não pode ser confundido com discriminar essas pessoas do ponto de vista de seus direitos. (...) elas têm o direito de defender as suas bandeiras. Democracia é isso", disse.

 

Ao falar da política externa em uma eventual presidência sua, a acriana defendeu o fim do bloqueio norte-americano contra Cuba e mostrou ceticismo em relação às negociações para o fim do programa nuclear iraniano. "A forma de ajudar Cuba é trabalhar politicamente contra o bloqueio", afirmou, para em seguida criticar o governo de Raúl Castro. "Não tem sentido a falta de democracia lá". Sobre o Irã, disse torcer para que o acordo assinado com a ajuda do Brasil dê certo, mas fez uma ressalva: "o Irã tem uma cultura de protelar e tem uma série de problemas com direitos humanos".

"Em certos momentos houve relativização desses princípios [de direitos humanos]", afirmou Marina. "O Brasil passou a ter um olhar para outras regiões do mundo e que não é por interesse comercial, mas sim uma relação fraterna com outros povos, principalmente a África. Isso é bom. Mas no governo Lula isso criou uma zona cinzenta", disse.

A pré-candidata verde aproveitou para alfinetar seu concorrente na disputa pelo Palácio do Planalto, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), que recente afirmou que o governo da Bolívia é "cúmplice" do tráfico de drogas para o Brasil. "Eu tenho dúvida se o governo da Bolívia não fosse de um índio se isso seria dito com tanta radicalidade", afirmou.

"Já taxam aquelas pessoas como se tivessem uma natureza contraventora e isso não é verdade. A maioria das pessoas são corretas e não podem ser chamadas de traficantes", disse a ex-ministra do Meio Ambiente.Como forma de combater o tráfico na fronteira, Marina defendeu uma atuação baseada em três eixos. "A prevenção, a repressão, que não pode ter um foco específico, e o trabalho na inteligência", disse a seandora, para quem a questão das drogas precisa "de um olhar muito especial".

Educação

"É importante investir com recursos não só financeiros, mas também dando qualidade para os professores, os elementos mais importantes desse processo. Eles precisam de reconhecimento financeiro e social", disse a presidenciável, ao ser idagada sobre qual seria sua política educacional se fosse eleita. "É fundamental que comecemos a olhar para o desempenho do professor e da instituição", afirmou.

Marina Silva dá entrevista

  • Flávio Florido/UOL

Ela também mostrou-se contrária à comparação entre o desempenho de escolas públicas e privadas. "Tenho posição crítica à avaliação entre uma instituição e outra", disse. "Escolas na periferia têm desempenho baixo. Aquela escola precisa ser avaliada em relação a si mesma. Se no fim do ano atingir a meta, obtém os recursos. Com isso você alavancaria essa instituição de ensino", defendeu.

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