01/06/2010 - 15h09

Marina faz ressalvas a acordo entre Brasil e Irã e alfineta Serra sobre Bolívia

Do UOL Eleições
Em São Paulo

Pré-candidata pelo PV à Presidência da República, a senadora Marina Silva Marina mostrou-se nesta terça-feira (1) cética em relação às negociações para o fim do programa nuclear iraniano, mas disse torcer para que o acordo assinado com a ajuda do Brasil dê certo. "O Irã tem uma cultura de protelar e tem uma série de problemas com direitos humanos", ressalvou. "Em certos momentos houve relativização desses princípios [de direitos humanos]", afirmou em entrevista exclusiva para o UOL Eleições.


Marina ainda alfinetou seu concorrente na corrida eleitoral, o tucano José Serra, que disse que o governo boliviano, presidido pelo índio Evo Morales, é "cúmplice" do tráfico de drogas para o Brasil. "Eu tenho dúvida se o governo da Bolívia não fosse de um índio, se isso seria dito com tanta radicalidade", afirmou.

 

"Já taxam aquelas pessoas como se tivessem uma natureza contraventora e isso não é verdade. A maioria das pessoas são corretas e não podem ser chamadas de traficantes", disse a ex-ministra do Meio Ambiente.Como forma de combater o tráfico na fronteira, Marina defendeu uma atuação baseada em três eixos. "Isso não é bom para a relação que nós devemos ter com nossos vizinhos", criticou.

"O Brasil passou a ter um olhar para outras regiões do mundo e não por interesse comercial, mas sim o que o Celso Amorim [ministro das Relações Exteriores] chama de 'uma relação fraterna com outros povos', principalmente a África, o que é bom", afirmou a senadora. "Uma combinação adequada entre a diplomacia presidencial e a diplomacia institucional, mas às vezes no governo Lula isso criou uma zona cinzenta", disse.

Marina Silva dá entrevista

  • Flávio Florido/UOL

"Se você tem uma política externa baseada em princípios, fica mais fácil você se movimentar [na comunidade internacional]", afirmou a ex-ministra do Meio Ambiente. "É preciso afirmar os príncipios de paz e solidariedade; em segundo lugar, não é possível fazer tabula rasa dos problemas", disse. Marina defendeu ainda o fim do bloqueio norte-americano contra Cuba. "A forma de ajudar Cuba é trabalhar politicamente contra o bloqueio", afirmou, para em seguida criticar o governo de Raúl Castro. "Não tem sentido a falta de democracia lá", disse.

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